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Carros gastam mais 42% de combustível do que dizem as marcas

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SXC

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Um estudo da Federação Europeia dos Transportes e Ambiente (FETA) revela que as marcas mentem acerca do consumo dos automóveis, havendo uma diferença cada vez maior entre o que os fabricantes de automóveis indicam e as quantidades que são realmente gastas.

O estudo, intitulado de “Mind The Gap“, defende que a Mercedes é a marca que mais manipula os dados de consumo dos automóveis, com uma diferença acima dos 50% entre o consumo real e o medido em testes de laboratório.

“Este relatório analisa as diferenças entre os testes de laboratório e os dados reais respeitantes às emissões de CO2, assim como os níveis de consumo dos carros”, afirma a organização, para quem o estudo demonstra que o sistema “falhou totalmente”.

Os números de consumo de combustível enganosos custam aos condutores europeus mais 550 euros por ano em contas adicionais, face ao que é publicitado pelas marcas.

Atualmente, os carros europeus gastam em média mais 42% do que aquilo que as marcas anunciam nas publicidades – há três anos era de 28% e há dez anos era de apenas 14%.

“Os novos veículos não são tão eficientes como os fabricantes afirmam. Na estrada, os progressos sobre redução de emissões estão efetivamente parados há quatro anos” explica a FETA, que integra a associação ambientalista portuguesa Quercus.

“Os fabricantes são os responsáveis pelo problema ao usarem lacunas do sistema e, supostamente, em alguns casos, usam ilegalmente material de teste defeituoso”, sublinha.

No relatório, os ambientalistas defendem a necessidade de uma fiscalização, sendo que, no caso da Mercedes, recomendam uma investigação por parte da União Europeia e pela German Type Approval Authority, na Alemanha.

“Vamos pedir às autoridades europeias, nomeadamente a Comissão Europeia (CE), e às autoridades nacionais de homologação de veículos para investigarem este assunto de forma séria e alargada a todos os fabricantes de automóveis”, afirmou o presidente da Quercus, João Branco.

ZAP / Lusa

2 Comments

  1. Não se pode ter tudo ao mesmo tempo, motores potentes, baixos consumos, baixa emissão de CO2 e baixa emissão de poluentes, e isto é particularmente verdade nos motores a diesel actuais que trabalham a altas temperaturas e pressões que, coincidentemente, são também as condições ideais para a formação de poluentes nocivos para o ambiente e saúde humana.

    Ou seja, querendo-se um motor diesel eficiente, de elevado binário e o mais poupadinho possível (baixo consumo e baixa emissão de CO2) é inevitável que a produção de poluentes aumente.

    Por outro lado, se queremos que o mesmo motor diesel seja pouco poluidor (com baixas emissões, por exemplo, de óxidos nitrosos) e ainda assim não seja demasiado caro de fabricar, tal ainda só é possível se o motor trabalhar a temperatura e pressão mais baixas mas aí a sua eficiência diminui e o consumo de combustível aumenta assim como a respectiva emissão do tão “assustador” CO2.

    Ora, tem de haver aqui uma escolha entre o que se quer de um motor ou então, considerando aspectos económicos, um muito mais difícil equilíbrio entre as suas várias variáveis.

    Os motores a gasolina estão já bastante melhores neste aspecto mas seja que tipo de motor se trate as exigências vindas dos políticos são sempre cada vez maiores mas como estes não percebem nada de engenharia, para ficarem bem na fotografia do ambientalismo dominante, impõem, sem qualquer outro critério que não seja o da sua vontade ou o da vontade de ambientalistas que de engenharia percebem tanto quanto os políticos, limites cada vez mais apertados e impossíveis de atingir sem aumentar consideravelmente os respectivos custos de fabricação e estes limites frequentemente nem têm especificamente como alvo os consumos ou as emissões poluentes mas a produção de CO2 e a consequência é o que se vê, as marcas, que querem poder continuar a vender veículos num mercado tão competitivo, não conseguem acompanhar as imposições dos políticos e mentem (o que não é propriamente uma novidade pois fazem-no há dezenas de anos) mas mentem agora cada vez mais, ano após ano, ao exagerarem cada vez mais, entre outras coisas, na alegada poupança.

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