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Carro elétrico inteligente não poluente luso-brasileiro em desenvolvimento

joseruifelizardo.com

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O centro português de Inovação CEIIA e a energética brasileiro-paraguaia Itaipu vão desenvolver um carro elétrico inteligente não poluente que funcionará como transporte público, reduzirá os custos da mobilidade das famílias e poderá ser pago na fatura do mês.

Chamam-lhe revolucionário, porque não é apenas um carro elétrico, mas um veículo “inteligente” e com zero emissões que introduz um novo paradigma da mobilidade, baseado na partilha, ou seja, em que o condutor deixa de ser o proprietário e passa a utilizador sempre que assim o desejar, podendo até reservá-lo para determinadas ocasiões e pagando apenas as suas deslocações no final do mês.

“Um dia quando entramos no nosso carro – não quando o adquirimos, mas na fatura da eletricidade, ou quando deixarmos de pagar os nossos seguros da forma como os pagamos mas em função do uso – lembraremos que houve um dia, o dia 14 de março de 2014, em que assinámos um protocolo que permite exatamente isso”, disse o presidente do CEIIA, centro português de excelência na área automóvel e da aeronáutica, Rui Felizardo.

O CEIIA desenvolveu o protótipo do carro elétrico inteligente, em cooperação nomeadamente com a Universidade do Minho, e assinou hoje um protocolo para o seu desenvolvimento com a Itaipu Binacional, a maior geradora de energia limpa e a segunda maior barragem do mundo, com uma área de proteção do tamanho 100 mil estádios de futebol (100 mil hectares).

Com diversas valências, os novos carros vão estar ligados pela plataforma de gestão integrada de mobilidade inteligente, ou seja, vão poder comunicar entre si informações, como por exemplo o trânsito, o dióxido de carbono e os espetáculos que existem em determinadas zonas.

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Assinatura de protocolo de parceria entre o CEIIA e a ITAIPU, em Curitiba (Brasil), para o desenvolvimento de projetos de mobilidade inteligente. José Rui Felizardo assinou em nome do CEIIA. Do lado latino-americano, assinaram o protocolo Jorge Miguel Samek, diretor-geral da ITAIPU Brasil, e James Spalding, diretor-geral da ITAIPU Paraguai.

Assinatura de protocolo de parceria entre o CEIIA e a ITAIPU, em Curitiba (Brasil), para o desenvolvimento de projetos de mobilidade inteligente. José Rui Felizardo assinou em nome do CEIIA. Do lado latino-americano, assinaram o protocolo Jorge Miguel Samek, diretor-geral da ITAIPU Brasil, e James Spalding, diretor-geral da ITAIPU Paraguai.

Rui Felizardo explica que o objetivo é industrializar o veículo, estando para já o foco no mercado da América Latina, a começar pelo Brasil e Paraguai, mas não esconde “o orgulho” que terá em ver este “novo” transporte público a circular em Portugal.

Sobre o valor do investimento, os eventuais fabricantes e parceiros para a sua produção e as datas em que os veículos poderão estar ao serviço da população nada disse, mas avançou que seguramente os carros vão começar a circular até 2020, num projeto que tem três fases.

A primeira fase corresponde à monitorização e carregamento, a segunda é a partilha dos veículos e a terceira a industrialização e teste de novas soluções.

DR Itaipu

Margareth Groff

A diretora financeira executiva da Itaipu, Margareth Groff

“Portugal foi um país visionário e hoje começa a dar sinais. Não há um construtor no mundo que não esteja a desenvolver um carro elétrico. A quota de mercado do carro elétrico vai ser crescente e significativa”, antecipou Rui Felizardo.

A diretora financeira executiva da Itaipu, Margareth Groff, sublinhou que o projeto, que reúne os três países, “é um grande desafio”.

“O carro elétrico vai existir no mundo e temos que estar na frente. Não podemos deixar de o fazer, é uma necessidade para o planeta e muda completamente a mentalidade”, disse, não adiantando também quais os futuros parceiros, apenas admitindo que a Renault “é o importante parceiro dentro da produção do Twizy“, havendo outros, nomeadamente a Fiat.

A Itaipu Binacional produz num ano a energia necessária para dois anos de consumo em Portugal ou dois dias a nível mundial e tem um orçamento anual de 4 mil milhões de dólares (2,9 mil milhões de euros).

/Lusa

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