Líder do PSD não convence quando fala, candidato a líder do PS cometeu uma falha na língua portuguesa que não escapou.
Luís Montenegro não estaria à espera de ir a votos tão cedo mas, apesar das eleições antecipadas para Março de 2024, e apesar das polémicas no PS, o cargo de primeiro-ministro está longe de ser uma garantia.
Aliás, a sondagem mais recente coloca José Luís Carneiro como favorito nas eleições e até baixa Luís Montenegro para o terceiro lugar dentro do PSD (quando nem há internas à vista).
O actual presidente social-democrata não é um “ás” na comunicação. E isso é fundamental na política.
“Fala muito rápido, lambe muitas vezes o lábio superior, que indica manipulação, lê muito os discursos… Tem muito por trabalhar ainda“, resumiu Alexandre Monteiro, especialista em decifrar pessoas.
Nesta entrevista recente ao ZAP, Alexandre falou sobre o discurso de Montenegro no dia do anúncio da demissão de António Costa: “Comunicação péssima. Foi o último a falar, fala em modo de sobrevivência, de pressa, de urgência, com foco na pessoa dele. Toda a comunicação, verbal ou não verbal, não foi impactante”.
Alexandre Monteiro sublinhou também que a voz do líder do PSD é pouco grave e, em comunicação, perde para os concorrentes por causa da sua voz.
Já nesta semana, nova confusão na comunicação: no congresso do PSD, Luís Montenegro prometeu aumentar para 820 euros o rendimento mínimo garantido dos pensionistas até 2028
Já nesta segunda-feira, Joaquim Miranda Sarmento esclareceu: a promessa de Luís Montenegro é só sobre o Complemento Solidário para Idosos.
No dia seguinte, terça-feira, o presidente do PSD repetiu o compromisso de “dar a cada português em condição de reforma” um “rendimento mínimo de 820 euros” em 2028, distinguindo rendimento de pensão.
“Não há confusão nenhuma“, assegurou o candidato a primeiro-ministro.
Os adversários de Carneiro
Outro (possível) candidato a primeiro-ministro, José Luís Carneiro, também falhou na comunicação. Embora noutra escala e noutro contexto.
“Os meus adversários são o combate à pobreza e às desigualdades o aperfeiçoamento do SNS e da escola pública”.
Ou seja, reduzir a pobreza e melhorar a saúde e educação não são metas do ministro; são adversários.
Foi uma falha que não escapou a Ricardo Araújo Pereira e à sua equipa, na SIC. “Enganou-se”, admitiu o humorista.
No geral, o ministro da Administração Interna é conhecido por ter uma postura tranquila, politicamente correcta, até solene – embora tenha protagonizado (outra) comunicação menos brilhante, quando telefonou à RTP para falar sobre um cartoon que deixou os policias furiosos.
É só demagogia e nem sabem mentir! Já dizia Bismarck que não se mente tanto quanto, numas eleições, numa guerra e no fim duma caçada. Vamos continuar como nestes últimos 20 anos, até as múmias se levantam, estamos feitos!…