Carlos III já é Rei. “Estou profundamente ciente da grande herança e das responsabilidades”

Neil Hall / EPA

“Estou profundamente ciente desta grande herança, dos deveres e das pesadas responsabilidades da soberania que agora passaram para mim”, afirmou este sábado Carlos III, após ser proclamado oficialmente Rei do Reino Unido, numa cerimónia realizada no palácio de St. James, em Londres.

No seu discurso, que ocorreu após a proclamação, começou por referir a morte da sua “amada mãe, a rainha”, indicando: “o mundo inteiro solidariza-se comigo na perda irreparável que sofremos”.

“A minha mãe deu um exemplo de amor ao longo da vida e de serviço altruísta. (…) O reinado de minha mãe foi inigualável na sua duração, dedicação e devoção. Mesmo em luto, damos graças por esta vida tão fiel”, continuou o novo monarca, de 73 anos, sucessor da rainha Isabel II, que morreu na quinta-feira aos 96 anos.

Ao assinar o juramento pelo qual se torna Rei, Carlos III comprometeu-se a “seguir o exemplo inspirador” da sua mãe. “Ao tomar estas responsabilidades, lutarei por seguir o exemplo inspirador que me precede, mantendo o governo constitucional, e procurando a paz, harmonia e prosperidade dos povos destas ilhas”, declarou.

O rei afirmou que dedicará o resto da vida a esta “pesada tarefa”, salientando que conta com “o afeto e lealdade dos povos” dos quais é agora soberano e que será “guiado pelo seu parlamento eleito”.

Autorizando que a proclamação seja lida por todo o reino, Carlos III assinou o juramento, seguido pelas testemunhas: William, o príncipe de Gales, Camilla, a rainha-consorte, Nicola Sturgeon, a primeira-ministra da Escócia, e o secretário de Estado para a Escócia, Alister Jack.

Na cerimónia do Conselho de Adesão, presidida por Penny Mordaunt, a nova líder da Câmara dos Comuns, estiveram presentes Camilla, William, a primeira-ministra britânica, Liz Truss, e seus antecessores no cargo, como Boris Johnson, Theresa May, Gordon Brown, David Cameron e Tony Blair.

“O príncipe Carlos Filipe Artur Jorge é agora, pela morte da nossa falecida soberana de boa memória, de acordo com a lei, o nosso único e justo senhor, pela graça de Deus, Rei e defensor do Reino Unido da Grã-Bretanha, Irlanda do Norte e dos seus outros reinos e territórios”, lia-se na proclamação, lida primeiro pelo escrivão real.

“Nós, portanto, os senhores espirituais e temporais deste reino, e membros da Câmara dos Comuns juntamente com outros membros do conselho privado de sua falecida majestade e representantes dos reinos e territórios, vereadores, cidadãos de Londres e outros, com uma voz e consentimento de língua e coração publicamos e proclamamos que o príncipe Carlos Filipe Artur Jorge, é agora pela nossa morte da nossa falecida soberana de memória feliz, tornou-se o nosso único legal e feliz Senhor”, continuava assim o documento.

A proclamação foi, depois, lida à varanda do Palácio de St. James, sobre Friary Court, a primeira de várias leituras por todo o país, seguindo-se na Royal Exchange, em Londres, na presença do mayor da capital britânica, Edimburgo, Cardiff, Belfast e nas capitais dos países da Commonwealth, com a cerimónia a terminar com o disparo de uma salva de tiros pela Guarda do Rei, repetida por todo o país.

Isabel II faleceu após 70 anos de reinado.

ZAP //

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