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André Ventura vai ter concorrência. Carlos Natal candidata-se à presidência do Chega

Carlos Natal / Facebook; Pedro Reis Martins / Lusa

André Ventura vai ter um adversário na luta pela presidência do Chega pela primeira vez. Carlos Natal candidata-se contra os “tiques de autoritarismo” no partido.

O Tribunal Constitucional considerou que o Chega está ilegal e André Ventura marcou um congresso para dezembro. A eleição terá dois candidatos: o atual líder e Carlos Natal, um antigo candidato autárquico.

No seu manifesto, publicado no Facebook, Carlos Natal, empresário e militante fundador do partido, diz que se candidata à liderança contra as “trapalhadas, indefinições, falta de liderança, o deixar andar, não intervir e permitir que as situações fujam ao controlo”.

Segundo o Observador, o candidato expõe a “falta de organização, muitíssimo pior do que de outros partidos” do Chega, e acrescenta um outro motivo: os “tiques autoritários” no seio do partido.

“O crescimento exponencial, descontrolado, nalguns casos, e pouco rigoroso, foi protesto para medidas de bloqueio e de disciplina que nada têm de democrático, sendo muitas deles autocráticas e com bastantes tiques de autoritarismo, desenhadas pelo novos integrantes do partido, muitos deles oriundos diretamente de outras forças políticas, altamente contagiados com vícios políticos e partidários (…)”, lê-se.

O adversário de Ventura lamenta que o número de militantes fundadores tenha vindo a diminuir, por estarem “descontentes com o rumo que o partido começava a ter e principalmente pelo facto de não haver canais para se poder falar, expressar sentimentos, vontades e apontar caminhos dentro do partido”.

Não quero criar divisões no partido, mal seria se por termos convicções e desígnios diferentes fosse motivo de divisões num partido político, pretendo abrir um espaço de diálogo, de pensamento e debate sobre o futuro do partido”, conclui.

O objetivo de Carlos Natal é tornar o Chega uma “verdadeira alternativa de Governo” para um país que considera “desgovernado desde o 25 de Abril de 1974”.

O líder do Chega anunciou, na sexta-feira, a demissão da presidência do partido, com o objetivo de convocar novas eleições em que se recandidatará, e anunciou que será organizado um novo congresso, na sequência da decisão do Tribunal Constitucional que, na quinta-feira, deu razão ao Ministério Público e considerou que as alterações estatutárias introduzidas pelo partido no Congresso de Évora, em setembro de 2020, são inválidas.

ZAP //

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