“Peço que ponham isto no ar: não temos alimentos”. Eram menos de 100 sem-abrigo nas ruas de Beja, agora são mais de 250.
Beja não era uma cidade com muitos problemas graves, no que diz respeito a pessoas sem-abrigo. Mas isso mudou em 2022.
A Cáritas indicou, na rádio Antena 1, que há mais de 250 sem-abrigo naquela cidade alentejana – eram menos de 100, em 2020.
Isaurindo Oliveira, da Cáritas de Beja, admitiu que o número de pessoas sem-abrigo tem vindo a aumentar “brutalmente”, especialmente com imigrantes que a entidade “apanha por aí completamente desprotegidos“.
Entre este “aumento cruel da pobreza” destacam-se os imigrantes explorados, enganados e que agora vivem na rua.
“São muitos desses imigrantes que depois nos pedem ajuda, que dizem que têm fome”, contou Isaurindo.
Mas o problema é que já não há comida para todos e os imigrantes procuram alternativa: “Quando dizemos que não temos alimentos, eles passam para a rua ao lado, que é onde está a porta da cozinha. E fazem ali alguma pressão, nomeadamente as comunidades marroquina e argelina”.
“Não era uma situação preocupante, nem alarmante, mas neste momento está a ser”, lamentou o responsável, que pediu mesmo que o seu apelo por alimentos fosse publicado na emissão da rádio.
“A nossa norma é: ninguém sai daqui sem, pelo menos, algum alimento. Mas, neste momento, não temos alimentos. Peço que ponham isto no ar: peço às pessoas que doam alimentos. Podem vir aqui, ou digam onde é e vamos lá buscar os alimentos. Podem ser congelados, também”.
O apelo foi publicado.