Cientistas descobriram uma característica inesperada da Grande Mancha Vermelha de Júpiter

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Imagem que ilustra o tamanho e a profundidade da Grande Mancha Vermelha de Júpiter

A Grande Mancha Vermelha de Júpiter pode estender-se ainda mais fundo na atmosfera do planeta, ou seja, é ainda mais profunda do que os cientistas pensavam.

A Grande Mancha Vermelha é uma tempestade de grandes dimensões na atmosfera de Júpiter e uma das suas características mais distintivas. A Juno, uma sonda espacial da NASA que está em órbita do planeta, passou por ela duas vezes em 2019 e, agora, os dados desses voos estão a fornecer novos detalhes deste anticiclone.

Segundo os cientistas da agência espacial norte-americana, parece que a Grande Mancha Vermelha se estende de 200 a 500 quilómetros, ou seja, muito abaixo das nuvens de Júpiter.

“Acho que a maioria da comunidade científica pensava que a Grande Mancha Vermelha tinha pouca profundidade. Havia quem pensasse que parava nas primeiras camadas da atmosfera e quem pensasse que talvez fosse até ao centro do planeta. Na verdade, foi surpreendente vê-la ir tão fundo”, disse, numa conferência de imprensa na passada quinta-feira, Marzia Parisi, investigadora do Jet Propulsion Laboratory da NASA, citada pelo site Business Insider.

Mesmo assim, a altura deste vórtice não é nada quando comparada com a sua largura: cerca de 16 mil quilómetros de diâmetro, ou seja, 1,3 vezes a largura do nosso planeta Terra.

“É uma espécie de uma panqueca porque é muito larga na parte superior, mas é também uma panqueca muito mais espessa do que o que tínhamos antecipado”, disse, no mesmo briefing, Scott Bolton, investigador que coordena a equipa Juno no Southwest Research Institute e um dos autores do estudo publicado, a 28 de outubro, na revista científica Science.

Misteriosamente, as correntes de ar que cercam a Grande Mancha Vermelha estendem-se de forma ainda mais profunda: cerca de três mil quilómetros abaixo da superfície das nuvens do planeta. Porém, os investigadores não sabem ao certo por que motivo. “Obviamente, existe alguma coisa a 500 quilómetros que está a limitar a circulação da Grande Mancha Vermelha”, disse Parisi.

A Grande Mancha Vermelha está constantemente a mudar. Além de já se ter percebido que está a encolher, no início deste mês uma equipa de investigadores também mostrou que os seus ventos estão a acelerar lentamente.

ZAP //

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