Caos no SNS: urgências condicionadas em todos os distritos (menos num)

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Avizinham-se dias caóticos nos hospitais portugueses. A Direção-Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) divulgou uma nova deliberação que define os encaminhamentos em caso de constrangimentos nos serviços de urgência de cada hospital, um novo plano de reorganização das urgências que abrange mais de 35 pontos de várias especialidades no país, que vão funcionar com limitações entre hoje e 25 de novembro. Só Beja se livra dos constrangimentos.

Dezenas de hospitais do país estão a enfrentar constrangimentos e encerramentos temporários de serviços devido à dificuldade das administrações completarem as escalas de médicos, na sequência de mais de 2.500 médicos terem entregado escusas ao trabalho extraordinário, além das 150 horas anuais obrigatórias, em protesto após 19 meses de negociações sindicais com o Governo.

Esta crise já levou o diretor executivo do SNS, Fernando Araújo, a admitir que Novembro poderá ser “dramático”, caso o Governo e os sindicatos médicos não consigam chegar a um entendimento.

Até sábado (dia 25), só seis urgências polivalentes estarão em funcionamento em Portugal: São João e Santo António (Porto), Centro as do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, São José e Santa Maria (Lisboa) e hospital de Faro.

De resto – em Vila Real, Braga, Gaia/Espinho, Viseu, Lisboa Ocidental, Garcia de Orta e Espírito Santo de Évora -, funcionará tudo com constrangimentos.

Além disso, segundo a TSF, haverá 29 unidades de saúde (com urgências não polivalentes) condicionadas: em Mirandela, Chaves, Viana do Castelo, Senhora da Oliveira (Guimarães), Famalicão, Póvoa do Varzim/Vila do Conde, Santa Maria Maior (Santo Tirso), Matosinhos, Vale do Sousa, Santa Maria da Feira, Aveiro, São Pedro do Sul, Guarda, Castelo Branco, Figueira da Foz, Leiria, Loures, Caldas da Rainha, Abrantes, Tomar, Peniche, Santarém, Torres Vedras, Vila Franca de Xira, Amadora/Sintra, Barreiro, Setúbal, Portalegre, Portimão.

Ou seja, só o distrito Beja terá os serviços de urgência a funcionar dentro da normalidade.

Porto sofre sobrecarga

No Norte, o caos é generalizado e quem paga a fatura são os únicos dois hospitais em pleno funcionamento da região: São João e Santo António.

Seja a partir de Trás-os-Montes, do Minho ou do Grande Porto, esta semana, “todos” os caminhos vão dar ao Porto.

Em Trás-os-Montes

O mapa assinala que terão dificuldades de funcionamento a urgência médico-cirúrgica do Hospitalar de Chaves, nas especialidades de pediatria e ortopedia, com os doentes a serem enviados para Vila Real e Porto (Santo António). Nas noites de 20 e 24, a urgência de ortopedia irá reencaminhar os doentes para o Porto (Santo António).

A Urgência Médico-Cirúrgica do Hospital de Mirandela irá referenciar, durante este período, para Bragança.

No Minho

O Hospital de Braga vai ter dificuldades de responder na urgência de cirurgia geral durante quase todo o período (com exceção do dia de 22 de novembro) com referenciação para o Porto (São João) e os serviços de ginecologia/obstetrícia nos dias 21, 23 e 25, reencaminhando os utentes para Viana do Castelo, Guimarães, Famalicão e Porto (São João).

Em Viana do Castelo, o hospital local terá dificuldades em ginecologia/obstetrícia a 19 e 24 de novembro (doentes vão para Braga, Famalicão, Guimarães e Porto – São João) e cirurgia geral a 19, 24 e 25 (utentes reencaminhados para o Porto – São João). A Via Verde AVC e a medicina interna estarão condicionadas nos dias 24 e 25 e a noite de 24, com transporte para Braga.

A Via Verde AVC em Guimarães estará condicionada nas noites de 20, 23, 24 e 25 de novembro (transporte para Braga).

O Centro Hospitalar do Médio Ave, em Vila Nova de Famalicão, irá ter condicionamentos de cirurgia geral de 19 a 21, com reencaminhamento para o Porto (São João).

No Hospital Santa Maria Maior, em Barcelos, a cirurgia geral estará sempre condicionada (hospital de referência é o Porto – São João). Para Braga, poderão ir os utentes de pediatria e ortopedia durante o período noturno nestes dias. Já em Medicina Interna, haverá condicionamentos totais a 19 e 25 e no horário noturno em 23 e 24. Neste caso, os utentes serão transportados para Braga.

No Grande Porto

Os serviços de cirurgia geral de Vila do Conde (19) e da Póvoa de Varzim/Matosinhos (19, 20 e 25) terão alguns condicionamentos e os utentes seguirão para o hospital de São João, Porto.

Em Penafiel, do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, haverá limitações em todo o período na cirurgia geral (utentes para Santo António, Porto) e pediatria (no período total dos dias 19 e 25 e no período noturno de 20, 21, 22 e 23), com transporte para o hospital de São João, Porto.

Os serviços noturnos de ortopedia em Vila Nova de Gaia e Santa Maria da Feira estarão condicionados (utentes para o hospital de Santo António, Porto). A pediatria na Feira estará condicionada no dia 25 e na noite do dia 19 e em ginecologia/obstetrícia no período noturno do dia 19 e 25 e em todo o dia 23, com reencaminhamento para Gaia.

Confusão, engano e medo

Na Área Metropolitana do Porto, a reorganização das urgências tem criado confusão em utentes e junto de quem opera ambulâncias.

A chegada de ambulâncias a hospitais fora da área de residência do utente está a acontecer por “engano”, somando-se relatos de utentes que escolhem, por sua iniciativa, urgências de centros hospitalares centrais por “medo” que nos seus concelhos essas estejam fechadas.

“Os episódios com ambulâncias não são significativos, mas há doentes [de fora] a vir [ao Hospital de São João] pelo próprio pé”, disse à Lusa fonte do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto.

Em causa um hospital que tem sentido aumento de afluência na urgência de pediatria, indicou a mesma fonte.

“Nos últimos dias [a urgência de pediatria] está com um aumento de 30% [na média diária]”, referiu.

ZAP // Lusa

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2 Comments

  1. Todas as profissões especiais estão sujeitas a serviços mínimos os médicos NÃO !!! estranho !!! Fecham as urgências onde todos os doentes que a ela recorrem são considerados serviços mínimos. Os hospitais continuam a fazer consultas de rotina que não é considerado serviço mínimos e fecham urgências que criam mais impacto.
    O problema é sempre o mesmo falta de gestão

  2. O Problema é que a População em Portugal duplicou derivado aos emigrantes Nativos de outros Paises e o SNS manteve os mesmos trabalhadores .

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