Os cinco candidatos à liderança do CDS-PP vão pagar do seu bolso a campanha interna e só o deputado João Almeida tem uma estimativa de custos.
Ao contrário do que acontece com os partidos políticos nas campanhas eleitorais, as campanhas partidárias internas não são reguladas legalmente.
João Almeida, deputado e antigo secretário de Estado da Administração Interna, foi o único a estimar os custos de campanha – “à volta de 3.000 euros”. “Sou eu que a pago toda. Pagarei com fundos próprios, meus. Não recebi financiamento de ninguém.”
“Poderá haver um ou outro contributo de pessoas que comigo estiveram na moção, há também o voluntariado, que tem ajudado, as pessoas que se deslocam a algumas das iniciativas que temos tido e que se deslocam pelos seus próprios meios”, disse.
Filipe Lobo d’Ávila também não sabe, ao pormenor, quanto já custou e quanto vai custar esta campanha interna, apenas garantindo que tem sido ele a pagar as despesas, por exemplo, de deslocação.
“Não lhe consigo dizer quanto custa. Sei que já gastei algum dinheiro pessoal nestas viagens e não tenho qualquer tipo de apoios externos relativamente a essa matéria”, afirmou o candidato que, com um sorriso, confessou que a família também já lhe fez a mesma pergunta, de quanto lhe custa esta a campanha interna.
A maioria das despesas são de deslocações pelo país e contou que, sem ele pedir, um militante em Coimbra lhe ofereceu uma tela com o nome de Lobo d’Ávila e o nome do grupo “Juntos pelo Futuro”, que agora o acompanha nas deslocações.
Líder da JP, último a apresentar a candidatura, Francisco Rodrigues dos Santos afirmou que a campanha interna obedece a “critérios de contenção”, será “paga com o esforço do trabalho de cada uma das pessoas que a compõem, em partes que terão que ser definidas, dependendo dos custos globais que ainda não estão calculados”.
“Mas queremos fazer uma campanha que seja disruptiva, uma pedrada no charco e que possa fazer os portugueses voltar a acreditar no CDS”, afirmou.
Abel Matos Santos, porta-voz da Tendência Esperança em Movimento (TEM), diz que o financiamento é do seu “bolso e das pessoas” que o apoiam e que se quotizam “para ajudar” a fazer os “livrinhos” com a moção de estratégia ou ir “aqui e ali” para sessões de esclarecimento. “Não tenho um orçamento para a campanha, não tenho financiamento e, por isso, é que não dou a volta ao país”, optando por recorrer às redes sociais, à Internet e aos media.
Carlos Meira, militante do CDS em Viana do Castelo, empresário dos setores florestal e construção civil, garantiu que a sua campanha está a ser suportada com “meios próprios”. “Vivo do meu trabalho e, por isso, é tudo pago com o meu ordenado. Não tenho apoios financeiros”, disse, adiantando que “só em viagens a Lisboa” já gastou “400 euros”.
Os candidatos à liderança do CDS são Abel Matos Santos, João Almeida, Filipe Lobo d’Ávila, Francisco Rodrigues dos Santos e Carlos Meira.
O 28.º congresso nacional, marcado para 25 e 26 de janeiro em Aveiro, vai eleger o sucessor de Assunção Cristas na liderança dos centristas, que decidiu deixar o cargo na sequência dos maus resultados nas legislativas de outubro de 2019 – 4,2% e cinco deputados.
// Lusa