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Canadianos começam este mês à procura de ouro em Boticas

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A procura de ouro em Boticas, Vila Real, vai arrancar ainda este mês de Agosto, de acordo com o anúncio da empresa Medgold Resources, com a realização de 12 furos e de um investimento de um milhão de euros.

O projecto, de que dá conta o Jornal de Negócios, recebeu o aval da tutela do património, por se realizar num parque arqueológico classificado, e está a ser alvo das críticas dos arqueólogos.

A Câmara de Boticas privilegia o facto de a exploração permitir a criação de emprego, mas também não quer pôr em causa a preservação do Parque Arqueológico do Vale do Terva, um local que está classificado como sítio de interesse público.

Há cerca de dois mil anos, os romanos iniciaram a exploração de ouro nas zonas de Ardãos e Bobadela, em Boticas, e os vestígios deixados por essa actividade levaram à criação do parque arqueológico.

Agora, a empresa canadiana Medgold Resources vai seguir as pisadas na “perseguição” ao ouro, arrancando neste mês de agosto com uma campanha de sondagens, através da realização de 12 furos.

O investimento de cerca de um milhão de euros foi classificado como de estatuto PIN (Potencial Interesse Nacional) pela Direcção-Geral de Energia e Geologia, que autorizou a empresa cotada na bolsa de Toronto a fazer a pesquisa num campo de 106 quilómetros quadrados.

Um dos representantes da empresa, John Morris, disse à agência Lusa que só ao cabo de “18 meses” foi possível encontrar uma solução para ir ao encontro das exigências da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), integrada no Ministério da Cultura.

Uma fonte do ministério referiu à Lusa que será feito um “acompanhamento arqueológico, presencial e permanente de todas as operações que impliquem movimentação de máquinas e montagem de plataformas para a realização das 12 sondagens”.

“De igual modo, a intervenção verificará o afastamento das zonas de pesquisa geológica e mineira em relação aos diferentes vestígios identificados, seja as frentes de exploração mineira romana, as galerias, os canais ou poços, de forma a impedir qualquer afectação negativa”, afiança a mesma fonte do ministério.

Estas condicionantes vão agravar os custos em 30%, de acordo com John Morris, bem “como os riscos para os trabalhadores, porque as máquinas terão que ser transportadas às costas e montadas nos locais”.

Arqueólogos criticam exploração de ouro

Para se proceder à exploração, foi preciso inventariar o património arqueológico que levou à verificação de cerca de 100 novas ocorrências, nomeadamente o sistema hidráulico utilizado na época romana para desmontar os maciços rochosos onde estava o ouro, canais, cisternas, galerias de exploração directa e zona de lavagens.

Estas novas descobertas “confirmam o carácter excepcional da zona de mineração antiga”, considera o arqueólogo Luis Fontes, da Universidade do Minho, salientando que “a exploração de ouro e a protecção deste património são projectos absolutamente incompatíveis“, conforme declarações citadas pelo Jornal de Negócios.

O arqueólogo ainda apela à tutela para que “tenha a coragem de tomar uma decisão, uma posição”.

E o presidente da autarquia local, Fernando Queiroga, frisa, conforme transcreve a mesma fonte, que “este assunto está a ser tratado com pinças”, sublinhando que é preciso aproveitar para “criar emprego sem destruir o património”.

ZAP

4 Comments

  1. Querem fazer o mesmo que em Fozcoa… Nem barragem nem gravuras…!!!
    Fizeram aquele bloco de betão enterrado, diga-se museu…!!! elefante branco sei lá o quê… por lá ninguém sabe o que é… ou onde fica…!!! onde se gastou mais dinheiro do que se tivesse feito a barragem e que serve de pouco… ou nada… enfim… é a inteligência que temos por cá.

  2. Meus amigos !!!!!!!!!!!!!
    Cheira a dinheiro, interesses, vigarices, destes políticos, que não olham a meios para atingir os seus objetivos e da cambada que os rodeia, são todos a mesma merda de uns ladrões, sem escrúpulos, que só olham para a barriga e interesses deles.
    Já não há homens sérios, muito menos políticos. Estou farto desta cambada de ladrões.
    O Salazar ao pé destes ladrões, era um menino de coro, acreditem.
    Chamavam fachistas ::: e estes são o quê ???
    Ladrões e vigaristas autorizados, sem castigo e sem lei, ou seja são uns fora da lei.
    Quem é que nos pode ajudar, contra esta cambada de vígaros !!!!!!!!!!!!

    Ninguém, infelizmente ninguém.

  3. Coitados, se encontram ouro vão ter que pagar viagens e afins a tudo e a todos.
    Quando derem conta em vez de explorar ouro são explorados em Euros.
    Tenho pena destes.

  4. Pela mentalidade expressa de alguns comentadores acabaremos de facto em nada, a desertificação e os fogos encarregar-se-ão de desaparecer com o resto para alegria de muitos.

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