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Camionistas parados. Greve não tem fim à vista

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Steven Governo / Lusa

Os camionistas iniciaram, esta segunda-feira, uma ação de protesto que prevê a paralisação da circulação e marchas lentas para reclamar a regulamentação do setor e a indexação do preço dos transportes ao dos combustíveis.

A ação de protesto que começou esta segunda-feira pelas 08h00 é uma “paralisação com hora e data marcada para começar, mas cujo fim depende das negociações que possam existir”, garantiu ao Diário de Notícias Márcio Lopes, presidente da Associação Nacional de Transportadoras Portuguesas.

Na noite de domingo, Márcio Lopes reuniu-se com o secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme W. d’Oliveira Martins, mas assinalou que o primeiro encontro como o Governo foi inconclusivo.

Foi por esse motivo que a paralisação desta segunda-feira se manteve, uma ação de protesto que pode levar a marchas lentas ou à imobilização das viaturas nas bermas de vias, de norte a sul do país, sem localização específica pré-determinada.

O presidente da ANTP foi uma das pessoas que deu voz ao sentimento de injustiça que os profissionais e as empresas filiadas na associação dizem sentir pela situação vivida no setor. “Somos responsáveis por 5% do PIB e transportamos os restantes 95%”, afirmou, acrescentando: “o país tem de abrir os olhos“.

A segunda reunião no Ministério do Planeamento e Infraestruturas, que tem a tutela dos Transportes, começou às 09h30 de hoje, e contará também com a presença da Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM).

Frisando a irredutibilidade dos camionistas, o responsável da ANTP assegurou que a paralisação “continua mesmo que o Governo mostre abertura” para corresponder às reivindicações na reunião de hoje.

A paralisação pretende reclamar a regulamentação do setor, a criação de uma Secretaria de Estado dedicada exclusivamente aos Transportes, a obrigatoriedade de pagamento no período máximo de 30 dias e a criação de um mecanismo para que a inflação também seja refletida no setor dos transportes.

De acordo com Márcio Lopes, o caderno de reivindicações inclui ainda que o preço dos combustíveis seja indexado ao preço dos transportes, isto é, refletido no custo dos serviços, melhores condições de trabalho para os motoristas e descontos nas portagens.

A iniciativa não partiu da associação, mas é a associação que está a dar voz ao desagrado dos camionistas e dos empresários, muitos associados da ANTP”, explicou o dirigente associativo. A ANTP representa as pequenas e médias empresas do setor e foi formada depois do bloqueio de 2008.

De acordo com a ANTP, o setor tem 7.500 empresas e mais de 300 mil trabalhadores, representando esta associação cerca de 400 associados, segundo o presidente da direção.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Se fosse no tempo de Passos Coelho, com 10 aumentos consecutivos dos combustíveis, já teríamos uma greve geral e nacional liderada pelos principais sindicatos. Mas como é um governo de esquerda, está tudo perdoado e o povo paga satisfeito!
    O combustível está mais caro do que no mês em que o crude chegou a mais de 140 dólares o barril !
    Neste momento está a 80 dólares e a diferença é um roubo descarado do Estado e deste Governo.

    • Não esquecer as gasolineiras, pois a diferença é demasiado grande. Além disso, nunca Ninguem explicou como é que são feitas as baixas de preços (quando é altura) de uma leeeeentidão imensa, enquanto as subidas são quase instantâneas. Mas os governos (todos) têm sido coniventes com esta monstruosa prova de desonestidade das empresas. Dizem ser por causa da “fórmula”. Sabem onde é que podem meter essa fórmula?

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