Câmara de Lisboa arrecada nove milhões de euros com reabilitação urbana

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António Costa, presidente da Câmara Municipal de LIsboa

O programa “Reabilita primeiro e paga depois” da Câmara de Lisboa permitiu arrecadar nove milhões de euros desde 2013 com a venda de 49 prédios devolutos, informou a autarquia.

Os números foram lançados esta quarta-feira no evento de apresentação do primeiro edifício reabilitado, nos números 49 a 55 da Rua São Pedro Mártir, na Mouraria, composto por quatro T2 e um T1.

A iniciativa “Reabilita primeiro e paga depois” foi criada pela Câmara de Lisboa em 2013, e consiste na venda de edifícios municipais devolutos com a obrigação de o adquirente realizar obras de reabilitação.

O pagamento do prédio ao município pode ser efetuado até à conclusão de operação de reabilitação, que varia entre 21 e 28 meses, tendo em conta o licenciamento, a execução das obras e a colocação do imóvel no mercado. Os investidores que optarem pelo pronto pagamento têm um desconto de 10% sobre o valor da compra.

Das quatro hastas públicas já realizadas, três no ano passado e uma este ano, resultaram 49 prédios vendidos.

Um dos edifícios inaugurado na Mouraria foi comprado por Luís Santos, que faz da reabilitação na cidade de Lisboa o seu negócio.

“É mais fácil a parte camarária dos projetos, [visto que] demorou cerca de seis meses o licenciamento, o qual demoraria dois anos de outra maneira”, esclareceu Luís Santos, dizendo-se “satisfeito” com o resultado final.

Depois de um investimento de 183 mil euros na compra dos edifícios (que já incluem o desconto de 10%), o investidor espera conseguir vender os apartamentos entre os 100 e 140 mil euros, perfazendo um lucro de 30% sem juros.

“Se não conseguir fazê-lo no espaço de seis meses, ponho a possibilidade de arrendar”, adiantou.

No encontro desta quarta-feira, para além do empresário, estiveram presentes o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, o vereador da autarquia com o pelouro do Urbanismo, Manuel Salgado e o presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho.

António Costa salientou que a reabilitação urbana “é muito importante” porque “recupera imóveis que estão degradados, o que facilitará a existência de novos espaços habitacionais na cidade”, e porque envolve uma “fileira da construção”, que permite “dinamizar a atividade económica”.

Referindo que o programa tem tido “muita procura”, o autarca assinalou que o objetivo é promover “um novo paradigma de acesso à habitação [em Lisboa], com mais reabilitação e menos construção nova, com mais arrendamento e menos compra de casa própria”.

A câmara pretende aprovar, na próxima reunião, o lançamento de uma nova hasta pública de 24 prédios urbanos.

/Lusa

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