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Calor extremo de Junho foi culpa do Homem (e Portugal é um caso preocupante)

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Paulo Cunha / Lusa

Incêndio em Pedrógão Grande

Incêndio em Pedrógão Grande

O calor extremo verificado em Junho, em Portugal e um pouco por toda a Europa ocidental, é culpa do Homem. A conclusão é de um estudo científico que associa a vaga de calor às alterações climáticas e que avisa que este problema está a afectar com maior gravidade Portugal e Espanha.

Esta pesquisa realizada por cientistas de várias universidades e entidades internacionais aponta a “mão humana” como a causa do calor extremo que se sentiu em Junho, em Portugal, Espanha, França, Holanda, Bélgica, Reino Unido e até na Suíça.

O estudo, realizado no âmbito da World Weather Attribution, refere em particular o caso dos fogos florestais em Portugal, que causaram 64 vítimas mortais em Pedrógão Grande, e menciona ainda os planos de emergência de calor em França, Suíça e Holanda, e o facto de o Reino Unido ter experimentado “o seu Junho mais quente desde a famosa onda de calor de 1976”, conforme refere a BBC.

A conclusão dos investigadores não deixa dúvidas. Esta vaga de calor resulta das alterações climáticas causadas pelo Homem.

Um dos cientistas envolvidos na pesquisa, Geert Jan van Oldenborgh, do Instituto Meteorológico da Holanda, nota na TSF que há “claras e fortes ligações entre o calor recorde de Junho e as alterações climáticas causadas pelo Homem”.

O investigador também alerta que se verifica uma tendência “clara de aquecimento” global que define como “preocupante”, uma vez que as temperaturas estão a subir mais rapidamente do que determinavam os modelos de simulação dos efeitos das alterações climáticas.

Calor extremo na Europa

Portugal e Espanha com efeitos mais dramáticos

Van Oldenborgh avisa também na TSF que os casos de Portugal e de Espanha são ainda mais preocupantes do que no resto da Europa, referindo que as temperaturas máximas, no Verão, subiram 1 grau desde 1990, enquanto na Península Ibérica subiram 3 graus.

O estudo “indica que em países como Espanha, Portugal e França, as alterações climáticas podem aumentar as hipóteses de calor extremo até quatro vezes mais“, salienta a BBC.

O passado mês de Junho foi o terceiro mais quente desde 1931, em Portugal, segundo dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), com uma temperatura máxima média de quase 30 graus, mais de quatro graus acima da média normal.

E de acordo com esta nova pesquisa, os eventos de calor extremo tendem a ser frequentemente mais comuns.

“Os meses quentes já não são raros no nosso clima actual. Hoje podemos esperar o tipo de calor extremo que vimos em Junho, aproximadamente, a cada 10 a 30 anos, dependendo do país”, refere na BBC o investigador Robert Vautard, do Laboratório de Ciências do Clima e do Ambiente, que também esteve envolvido no estudo.

“Até meados do século, este tipo de calor extremo em Junho tornar-se-á a norma na Europa ocidental, a não ser que tomemos medidas imediatas para reduzir a emissão de gases com efeitos de estufa”, conclui Robert Vautard.

SV, ZAP //

27 Comments

  1. Como é possível alguém negar as alterações climáticas? Não sentiram o calor de junho? Estão anestesiados ou mesmo a típica acefaletite?

      • Granizo/chuva forte associado a trovoadas depois de um dia quente… era para ser novidade???…
        Sentiu assim tanto frio em Julho???… é que vivo nessa mesma região onde caiu o granizo e para além de nesse dia não ter sentido frio… nos dias anteriores em que as temperaturas estiveram mais baixas, a coisa resolvia-se apenas com uma camisa fina de mangas compridas… e foram só uns diasinhos… pois ainda estamos em Julho e as temperaturas já estão a ir por aí a cima… se bem que agora em Julho, temperaturas altas não são nada de extraordinário… já as temperaturas que tivemos em Maio e Junho, sem comentários… mas pode-se sempre “tapar o Sol com a peneira”…

      • Curioso que o seu comentário caro “Granizo” só vem reforçar a minha alegação inicial quanto às alterações climáticas. E por favor, temperaturas de 20 ou mais graus não constituem frio.

    • Então e o frio de julho?
      Veja o mês de Junho de 1982.
      Para se falar em mudanças climáticas temos que ver a mesma tendência em duas séries temporais seguidas, estamos a falar de 30 anos.
      A maior parte deste tipo de “jornalismo” é pura conjectura de cabeças ao vento…
      Isto não quer dizer que o homem não esteja a influenciar negativamente o ambiente na terra…
      Mas precisamos de um novo jornalismo, que investigue, … enfim que seja sério.

    • Ainda fica admirado com a aflição dos “negadores” em aparecerem logo a dizer alarvadices???!!!… alguns então são de um “rigor” científico que até mete dó…

  2. Mais uma conclusão da treta, numa época dominada por desocupados armados em cientistas empenhados em contribuir para o bem estar da Humanidade. Se a culpa é do homem, ao menos que seja o Passos Coelho.

  3. Mais um artigo de viés ideológico sobre alterações climáticas bem ao gosto das pessoas “do bem”, “do verde”, da treta do politicamente correcto…
    Das duas… três: ou a sra. “jornalista” SV não se deu nem ao trabalho de ler o relatório, ou a sua compreensão do inglês é deveras limitada, ou talvez, por fim, lhe falte o preparo para interpretar conclusões de estudos científicos. Em qualquer dos casos é grave a desonestidade intelectual das suas afirmações.
    Vejamos:
    1º A abordagem do estudo utiliza 5 diferentes modelos de análise climatológica (para todos os gostos) uma vez que não existe nenhum modelo perfeito.
    2º Os modelos, sendo todos falíveis, apresentam coincidências e divergências entre eles na análise dos mesmos dados.
    3º A sra. jornalista há de explicar como chegou a: “A conclusão dos investigadores NÃO DEIXA DÚVIDAS. Esta vaga de calor resulta das ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS CAUSADAS PELO HOMEM.” (destaques meus e seus)
    4º Até porque na conclusão do relatório se lê claramente (tradução e destaques meus) “A TENDÊNCIA observada é COMPATÍVEL com os efeitos de emissões de gases de estufa provocadas pelo homem.”
    5º A conclusão a ser noticiada HONESTAMENTE seria qualquer coisa como: “Com base nos modelos de simulação climática utilizados concluiu-se que NÃO É ESTATISTICAMENTE DESCARTÁVEL a POSSIBILIDADE de as emissões de gases de estufa provocadas pelo homem estarem a CONTRIBUIR para a TENDÊNCIA observada de aumentos de temperaturas nas geo-regiões analisadas.”
    O problema, claro, é que isto não daria o título bombástico tão ao agrado do bando dos eco-terroristas globais e dos seus admiradores eco-alienados, não é verdade?
    E não se sinta ofendida pela sugestão, mas como leio na sua ficha de autora que é poetisa nas horas vagas talvez seja essa a via certa onde investir, com proveito, a imaginação delirante de que este artigo faz prova.

    • Caro senhor,
      Quando vier ao ZAP, habitue-se a discutir ideias e não pessoas – e de preferência, sem gritar.
      Caso contrário, teremos que dispensar os seus contributos.

      • Meu caro(a) anónimo(a) ZAP:
        Se a demora na publicação do meu comentário foi para redigir e publicar conjuntamente essa nota… o silêncio teria sido o mais sensato.
        As ideias discutem-se, as mentiras denunciam-se. Sobre a mentira que denunciei, nem uma palavra vossa.
        E, quando por trás da mentira há pessoas, estas também são questionáveis, o que nem foi o caso – eu sei que nesta geração de “ressentidos crónicos” e de “mimimis” há alguma dificuldade em distinguir entre insulto e o uso da figura da ironia… é uma questão de instrução… ou falta de qualidade nela.
        Quanto ao “gritar” entenda, caro(a) anónimo(a), que o vosso site não permite fazer DESTAQUES no texto dos comentários (tipo itálico ou negrito) pelo que sobram as maiúsculas para essa função… não é grito de “netiquette”, é DESTAQUE para palavras ou expressões-chave. Compreendeu?
        E por fim, quanto à “ameaça” de bloqueio de comentários… nada de novo, “been there, seen that”. Em geral, quanto mais viés ideológico estiver presente no media, mais há a tentação totalitária de calar a diferença.
        Não se preocupem, já sou crescidinho, sobreviverei com um sorriso à vossa terrível “rejeição”.
        P.S.: Já agora, o vosso comentário só discute uma pessoa: a minha. Podemos esperar que discutam a denúncia que fiz e se retractem das mentiras publicadas? É só uma sugestão… para adultos.

      • Caro senhor,
        Tem razão. Trocar o silêncio por um dito espirituoso, por muito delirante que seja a imaginação, raramente é sensato.
        A nossa nota acerca do seu comentário não discute a sua pessoa, limita-se a repudiar a forma como nele se refere a uma jornalista desta casa.
        Obviamente, não vamos discutir a sua alegada “denúncia”, que não passa de uma opinião. A ideia de que “o aquecimento global é mentira” é, inexoravelmente, apenas a sua opinião.
        Para terminar, não podemos deixar de salientar o paradoxo de estar a lamentar a “tentação totalitária de calar a diferença” num espaço que a ela lhe deu (a sua) voz – a custo de ter tolerado, para o fazer, que a acompanhasse de considerações gratuitas e injuriosas.

      • Mas que excelente resposta…
        Para além de ter tido uma pachorra incrível para ler tanta asneira que o referido “leitor” escreveu nos seus comentário… com a vossa resposta, vocês evitaram que eu tivesse que me dar ao trabalho de lhe responder…

  4. Vergonlhosa noticia neoliberal. Agora é o aquecimento global, criado pelo homem, o que é uma imensa treta, o culpado pelos muito mais que 64 mortos de Pedrogão. O que será que pretendem? Continuar a gozar com a inteligência do Zé Povinho? Entretanto os mortos estão debaixo de terra, as famílias enlutadas e destruições inconcebíveis. Graças a Deus que o Presidente da República, um demagogo fino, vai jantar com as famílias detes malogrados, lá para altura do Natal. É fartar vilanagem.

  5. Embora já não fique muito admirado com aflição dos “negadores” das alterações climáticas/aquecimento global em aparecerem logo a dizer barbaridades… continua a ser impressionante as alavardices que dizem… muito se gosta de “atirar areia para os olhos” e/ou “tapar o Sol com a peneira”…

    • Será que ainda não entendeste que o que se discute entre os “negadores” e “afirmadores” é a questão do homem ser o culpado e não negar as próprias alterações climáticas?
      Sabes a diferença entre as duas teorias? €€€€€€€€€€€€€€€€. Muitos €€€€€€€€€€€€€€!!!

      • Respondendo-te à de cima, porque já não dá para te responder lá, não preciso que me paguem nada… tapado não sou… pois também tenho inteligência e especialmente conhecimento suficiente para não “tapar o Sol com a peneira” como tu fazes ou então és mesmo tapado devido à falta de conhecimentos…
        Quanto a este comentário… qual foi a parte que ainda não percebeste até hoje de que quando se fala em “alterações climáticas/aquecimento global” se está exatamente a falar das alterações antrópicas e não dos ciclos climáticos naturais???!!!…
        Podia perder aqui mais algum tempo a fazer-te uma explicação sobre o tema… mas como já o fiz num “debate” que ocorreu noutra notícia deste site, julgo já não o precisar fazer de novo…

  6. Todos, mas mesmo todos (países incluindo Portugal), continuam a assobiar para o ar a ver se o calor passa. Não estamos a falar só de governos, mas sim de todos os povos que tragicamente se encaminham para o suicido ao alimentarem asnos sem qualquer senso em querer saber o que é na realidade a natureza da vida, mas sim a natureza dos avaros. Esta é a realidade do país chamado de “PLANETA TERRA”

  7. De facto ainda estou para entender isto do aquecimento global.
    Reconheço que muito tenho ouvido da parte de alguns cientistas, mas ao aprofundar a matéria, também leio que o aquecimento global não passa de um hoax financeiro para vender no mercado do CO2, enchendo as bolsas aos magnatas de wallstreet…

    Depois vêm dizer que é o mês mais quente desde “não sei quando”…
    Então, mas não deveria ler-se que, “Nunca se registaram temperaturas tão elevadas”?

    Só sei que estou cá há 40 anos, e lembro-me de Verões bem mais quentes que este…

    vai-se lá saber…

    • Isso é o que os “tapadinhos” não conseguem entender…
      €€€€€€€€€€€€ muitos €€€€€€€€€€€€!!!!

    • Isto já foi amplamente debatido por aqui… inclusivamente entre pessoas com opiniões diferentes e com alguns “conhecimentos” na área… Mais umas pesquisas e talvez vejas mais algumas coisas… inclusivamente que te possam levar ainda mais para o lado dos “tapadinhos” negadores (esta não foi bem para ti)…
      Só uma correção… na notícia não se fala em mês mais quente… Fala-se do calor extremo de Junho… normalmente o mês de transição da Primavera para o Verão…

  8. Para os “tapadinhos dos afirmadores” que se recusam a ver o óbvio. A comunicação social ainda não noticiou nada sobre isto, agora o que está a dar é descartar qualquer coisa que não lhes convém como “fake news”. É a nova tática, usada tanto para a verdade como para a mentira.
    http://dailycaller.com/2017/07/05/exclusive-study-finds-temperature-adjustments-account-for-nearly-all-of-the-warming-in-climate-data/
    http://principia-scientific.org/breaking-fatal-courtroom-act-ruins-michael-hockey-stick-mann/

    “Penn State climate scientist, Michael ‘hockey stick’ Mann commits contempt of court in the ‘climate science trial of the century.’ Prominent alarmist shockingly defies judge and refuses to surrender data for open court examination. Only possible outcome: Mann’s humiliation, defeat and likely criminal investigation in the U.S.”
    Por outras palavras, a farsa está a ser descoberta. Finalmente!

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