Precisa de fazer um telefonema para aprovar um pagamento ou pedir a recuperação de password de uma conta de que quer apropriar-se? Há serviços que se encarregam de fazer o telefonema por si – na língua que desejar.
São cada vez mais os casos que nos demonstram que a falha dos sistemas está na componente humana, e o mais assustador é verificar que há toda uma rede de serviços que facilitam a realização de tais actividades fraudulentas mediante a sub-contratação de serviços.
Hoje em dia é relativamente fácil descobrir uma quantidade incrível de dados sobre qualquer pessoa, e com esses dados torna-se possível ganhar acesso a inúmeros serviços sensíveis ou mesmo críticos – por exemplo, aceder à conta PayPal de outra pessoa – ultrapassando a protecção dada pelas passwords.
O problema é que se estiver a tentar apoderar-se da conta de alguém do sexo oposto, ou de um país cuja língua não fale, torna-se complicado telefonar para o serviço fazendo-se passar pelo utilizador legítimo.
E é aí que entram estes call centers fraudulentos.
Estes serviços permitem seleccionar qual a língua a falar e o sexo da pessoa, e basta disponibilizar todos os dados necessários e o pedido a fazer, que eles encarregam-se do resto.
As chamadas podem ser algo tão simples como a aprovação do pagamento para uma compra online, ou as referidas chamadas para recuperação de uma password, disponibilizando os dados que forem necessários para comprovar a sua suposta “identidade”.
Há ainda no submundo da internet “serviços complementares”, que numa questão de minutos disponibilizam certos tipos de “documentos”, como comprovativos de morada, documentos de identificação pessoal, etc, com os dados que qualquer atacante queira inventar.
Está mais do que demonstrado que a questão da segurança digital não é algo que se resuma apenas a ter uma password segura nem a utilização de um sistema de autenticação 2-factor, por exemplo com password+SMS.
Há muito a fazer pela segurança, e o primeiro passo passa pela educação dos utilizadores e principalmente de todos aqueles que estão no atendimento e serviço de apoio ao cliente e que se tornam na primeira linha de defesa… que pode sucumbir a este tipo de ataques.
Porque será que em todo o mundo, só em Portugal é que vejo os jornalistas constantemente a amedrontarem as pessoas sobre o uso da internet. Não admira que quando alguém me vê com um portátil olhe para mim como se eu estivesse a tentar entrar-lhe na conta bancária. Sinceramente… será que não há nada de mais importante para se falar no mundo? Os criminosos usam call centers, e quem é que usa os jornalistas? Associações de caridade?
Além de amedrontado, estás ficar estúpido!…