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Chinesa BYD oferece-se para ajudar a Tesla (e Trump faz de vendedor de carros na Casa Branca)

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Maurizio Pesce / Wikipedia

Elon Musk junto a um Tesla

A Tesla vive um momento difícil, com quedas abruptas nas acções e nas vendas. Em sentido contrário, a chinesa BYD está em alta e estende a mão à empresa de Elon Musk, oferecendo-se para a ajudar na China.

O mercado chinês é o maior a nível mundial para a Tesla, mas as vendas dos carros eléctricos da empresa de Musk na China, estão a cair há vários meses.

Uma das principais razões para isso é a marca chinesa de eléctricos BYD que tem uma política de preços mais baratos que está a conquistar o mercado.

Entretanto, as dificuldades da Tesla têm-se agravado devido aos posicionamentos políticos de Elon Musk. As acções da empresa vêm caindo abruptamente, com o valor da empresa em mercado a cair para cerca de 700 mil milhões de dólares, metade do que valia em Dezembro de 2024.

Nesta altura complicada, a BYD propõe enterrar o machado de guerra e sugere uma parceria com a Tesla na China – porque, afinal, têm um “inimigo” comum.

“O nosso verdadeiro adversário é o motor de combustão interna, precisamos de trabalhar juntos para mudar a indústria”, salienta a vice-presidente da BYD, Stella Li, em declarações ao Financial Times.

Stella Li assegura que a BYD está disposta a partilhar tecnologias fundamentais na área dos eléctricos e da condução autónoma, com a Tesla, e também com outras empresas.

Neste sentido, apela a que mais companhias fora da China vão para o país que diz ser “a pátria da inovação”. “O governo vai apoiar e trabalhar com a empresa para permitir o desenvolvimento de qualquer tecnologia”, sublinha a responsável da BYD.

BYD a crescer, Tesla a cair

A BYD está em expansão na Europa, com planos para produzir eléctricos em países como Hungria e Turquia, numa estratégia que contorna as tarifas impostas pela União Europeia aos carros importados da China.

Os especialistas do mercado automóvel têm previsto que a Tesla continue a perder relevância na China, vaticinando que a facturação da empresa no mercado chinês deverá cair para apenas 6% até 2030.

Na Europa, há muitos consumidores a venderem os seus Teslas em protesto contra a forma como Musk se tem posicionado a nível político, e devido a um gesto que foi visto como uma saudação nazi.

Trump como vendedor dos carros de Musk

Nos EUA, sucedem-se os protestos contra a Tesla. Para tentar contrariar a maré negativa, o Presidente dos EUA fez uma conferência de imprensa na Casa Branca, junto a vários carros da Tesla e ao lado de Elon Musk, a elogiar os veículos da marca.

No que parece ser um anúncio publicitário para a Tesla, Donald Trump elogia um dos eléctricos da Tesla que acabou de comprar e tece também elogios ao magnata que foi o seu principal financiador durante a campanha eleitoral.

Trump diz que Musk “tem sido tratado de forma muito injusta por um pequeno grupo de pessoas” e que é um “grande patriota”.

O Presidente dos EUA também confessa que espera que esta posição ajude a “impulsionar as vendas da Tesla”.

Musk já prometeu que a empresa vai duplicar a produção nos EUA, o que levou a uma subida das acções da Tesla no mercado bolsista.

Mas, perante a tendência actual, com os protestos e consumidores a venderem os seus Teslas, não se perspectiva um aumento nas vendas – e, portanto, aumentar a produção não faria sentido.

Entretanto, há quem lamente que este é “o culminar da corrupção”, e quem note que são “dois oligarcas corruptos a coçar as costas um ao outro“.

Susana Valente, ZAP //

3 Comments

  1. Ver o gesto como uma saudação nazi é uma patetice. Obviamente que Musk não fez qualquer saudação nazi.
    O maior problema de Musk não é esse. É ter-se tornado um porta-voz de propaganda e desinformação russa. Aí é que ele ultrapassou uma linha vermelha para muitos clientes e potenciais clientes.

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