1993: António Costa era candidato do PS à presidência da Câmara Municipal de Loures; em 2024 o assunto entrou na Assembleia da República.
“Em 1993, António Costa – o homem que defendeu a honra do PS há pouco tempo porque estava muito preocupado – apareceu com o burro e com o Ferrari para prometer o metropolitano em Loures”.
A frase foi de Bruno Nunes, deputado do Chega que 31 anos depois levou essa corrida mítica até à Assembleia da República.
Aconteceu mesmo: na altura António Costa era candidato do PS à presidência da Câmara Municipal de Loures e promoveu uma corrida na Calçada de Carriche entre um Ferrari e um… burro. Era para mostrar que o animal seria mais rápido do que o carro, por causa do trânsito.
E, sem surpresas, o burro ganhou. Mesmo parando para fotografias, até chegou à meta 10 minutos antes do que o Ferrari.
António Costa queria mostrar que os acessos a Lisboa já não eram suficientes e que era preciso o metro chegar a Loures e Odivelas. “Este quotidiano não é suportável no final do século XX, chegar-se a este absurdo de um burro poder vencer o Ferrari”, disse na altura o candidato do PS.
31 anos depois, Bruno Nunes recuperou o momento num debate sobre o Orçamento do Estado porque… ainda nada mudou. Não há metro para Loures ou Odivelas.
E não deve mudar em breve. O projecto da linha violeta da Metro de Lisboa existe, está no PRR, mas a consulta pública foi cancelada.
“As propostas apresentadas eram acima do valor base definido pelo concurso, pelo que terá de ser relançado”, justificou o ministério das Infraestruturas, na SIC.
O canal televisivo informa que as propostas superavam os 600 milhões de euros – era mais de 150 milhões acima do valor base previsto e o dobro do financiamento do PRR.
Já em 2016, quase houve nova corrida entre um burro e um Ferrari, dessa vez organizada pelo PSD. A ideia era a mesma: mostrar o trânsito caótico em Lisboa, mas por causa das obras. A corrida foi cancelada na véspera.
Com o Costa mete sempre um Burro pelo meio. Há sempre um Burro por perto. Se não há, é uma questão de tempo e lá aparece um Burro. EM ultima instancia o Povo é o Burro.