Uma nova pesquisa refuta as teorias que apontam para que estes buracos sejam causados por fugas de metano do interior da Terra.
Ao largo da costa de Big Sur, Califórnia, por baixo das ondas, encontra-se uma paisagem misteriosa marcada por grandes buracos no barro e areia. Décadas após a sua descoberta, um novo estudo publicado na revista Journal of Geophysical Research Earth Surface descobriu o padrão curioso que explica os círculos.
A teoria mais comum sugere que as marcas no fundo do oceano são resultado de gases de metano ou fluídos quentes que emergem do interior da Terra, deslocando sedimentos finos. No entanto, enquanto isso pode ser verdade em algumas partes do mundo, não é sempre o caso, refere o Science Alert.
Numa recente expedição aos buracos de Sur, que estão localizados a uma profundidade de 500 a 1500 metros, um robô subaquático operado por investigadores do MBARI (Monterey Bay Aquarium Research Institute) encontrou “poucas evidências” de ventilação de metano ou outros fluxos de fluídos. Em vez disso, a equipa acredita que os pockmarks se formaram provavelmente devido à gravidade.
As grandes impressões estão situadas numa inclinação continental, e amostras do fundo do mar recolhidas pelo robô sugerem que o sedimento fluiu por essa inclinação de forma intermitente nos últimos 280 mil anos. O último grande fluxo ocorreu há 14 mil anos, possivelmente devido a um terramoto ou colapso da encosta.
Os investigadores argumentam que tais eventos poderiam levar à erosão no centro de cada buraco. Quando uma quantidade suficiente de sedimento desce pela inclinação, pode causar “erosão suficiente” para esculpir um buraco mais largo, deslocando as bordas de “múltiplos buracos a dezenas de quilómetros de distância”, propõe a equipa.
Isso pode explicar por que as marcas aparecem em “cadeias”, embora sejam necessários mais estudos para confirmar essa ideia. Recentemente, descobriu-se que pequenos buracos num campo semelhante no Mar do Norte são criados por botos e enguias.
O fundo do mar é frequentemente descrito como a última fronteira da Terra. A corrida está em andamento para explorar este mundo alienígena, não apenas por curiosidade científica, mas também pela viabilidade de novas indústrias, como a energia eólica offshore ou a mineração do fundo do mar.