Budapeste acordou cinzenta no fim de semana: milhares protestam pelo arco-íris

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Facebook / Kovács Gergely

Fim de eventos LGBTQ+, só dois géneros e até reconhecimento facial. Orbán quer destruir o Orgulho, mas com cinzento pintam-se muitas cores em Budapeste.

Este sábado, tiveram lugar as maiores manifestações de sempre contra a emenda da Lei das Assembleias na Hungria. Esta segunda feira, deverá ser aprovada no parlamento do país uma alteração à lei que proibirá eventos e marchas de Orgulho LGBTQ+.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, já ameaçara com esta medida, que quer ainda instalar um software de reconhecimento facial para identificar os participantes neste tipo de eventos para que possam ser multados. As novas alterações também deverão instituir que só existem dois géneros, tal como também defende Donald Trump.

Ao longo dos últimos dias, têm acontecido manifestações, nomeadamente na capital, Budapeste, contra a decisão do partido de extrema-direita que governa o país, o Fidesz.

No sábado, numa grande manifestação que reuniu centenas de pessoas liderada pelo partido MKKP, os protestantes vestiram-se de cinzento, num ato de ironia contra a proibição das “cores” que caracterizam a comunidade LGBTQ+. Numa faixa, lia-se “Orgulho Iliberal”, segundo mostra uma reportagem da Euronews.

Por outro lado, também manifestações contra estes movimentos têm tido lugar na capital húngara, com centenas de manifestantes pró-governo.

“Interferência estrangeira”

A medida anunciada por Orbán tem sido criticada pela comunidade internacional. O Comité Húngaro de Helsínquia escreveu num comunicado citado pelo The Guardian que “estas leis representam uma escalada significativa nos esforços do governo para suprimir a dissidência, enfraquecer a proteção dos direitos humanos e consolidar o seu domínio no poder”. O grupo de defensa de direitos humanos acusa ainda Orbán de “legislar o medo”.

O governo já adotou medidas tradicionalistas como a proibição de adoção por parte de casais homossexuais ou a proibição da menção da comunidade LGBTQ+ em programas escolares. O objetivo, garante o governo, é impedir que a a “propaganda sexual” chegue a crianças.

Para além destas medidas, os manifestantes acusam o governo de “desmantelar a democracia, tijolo a tijolo“, através de medidas como a suspensão temporária de cidadania húngara a quem tenha dupla nacionalidade e seja considerado uma ameaça à “soberania” ou segurança do país. Isto porque o primeiro-ministro considera que tem havido “interferência estrangeira” na política do país, o que não acha desejável.

Orbán prometeu recentemente “eliminar todo o exército sombra” de “políticos, juízes, jornalistas, pseudo-ONGs e ativistas políticos” financiados pelo estrangeiro.

Carolina Bastos Pereira, ZAP //

2 Comments

  1. Não confundir sexo – anatomia física- com sexualidade ou como conceituou Freud psicossexualidade, que é algo mais do que sexo anatômico-biológico. Estude mais pra superar ignorância e deixar de ser ridículo.

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