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Bruxelas mais pessimista que Governo revê em baixa crescimento português

partidosocialista / Flickr

O ministro das Finanças, Mário Centeno

A Comissão Europeia reviu esta quinta-feira em baixa a sua previsão para o crescimento da economia portuguesa este ano, prevendo uma expansão de 1,7%, abaixo da estimativa de 2,2% do Governo.

Nas previsões de inverno, divulgadas hoje, a Comissão Europeia baixou as suas estimativas de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) português para 1,7% este ano, face à expansão de 1,8% antecipada nas previsões de outono, divulgadas em novembro.

Bruxelas está assim mais pessimista para o crescimento da economia portuguesa em 2019 do que o Governo português, que continua a apontar para uma expansão de 2,2% do PIB este ano.

Também as as previsões de crescimento da economia da zona euro até 2020 foram revistas em baixa. A Comissão Europeia reconhece que o abrandamento poderá ser ainda mais pronunciado devido ao “elevado grau de incerteza” no panorama económico global.

Nas previsões intercalares de inverno esta quinta-feira publicadas, o executivo comunitário estima que o Produto Interno Bruto na zona euro progrida 1,3% este ano e 1,4% em 2020, quando nas anteriores projeções, de outono (divulgadas em novembro), antecipava valores de 1,9% e 1,7%, respetivamente.

Para o conjunto da União Europeia – já a 27, dado a saída do Reino Unido estar agendada para final do próximo mês -, a Comissão Europeia revê igualmente sobretudo em baixa a previsão de crescimento para 2019, que estima agora que se fixe nos 1,5%, quando há três meses antecipava que chegasse aos 2,0%.

Para 2020, Bruxelas prevê que acelere para os 1,8% do PIB, ainda assim abaixo do valor projetado no outono, de 1,9%.

Moderação no preço das casas em Portugal

A Comissão Europeia indica também nesta quinta-feira que os preços das casas devem registar uma maior moderação em Portugal, a refletir a recuperação gradual na oferta, juntamente com o abrandamento da procura externa.

Nas previsões de inverno hoje divulgadas, a Comissão Europeia indica ainda que “a recente recuperação na construção residencial” terá contribuído para alguma moderação na inflação dos preços das casas, que terá abrandado para 8,5% no terceiro trimestre de 2018 [em termos homólogos, ou seja, face ao mesmo período do ano anterior], “depois do pico de 12,2% registado no início do ano”.

Bruxelas antecipa que “os preços das casas deverão registar uma maior moderação no período das previsões” divulgadas (2018-2020), “a refletir uma recuperação gradual da oferta, juntamente com alguma desaceleração da procura externa”.

Na semana passada a consultora JLL antecipou que os preços das casas usadas deverão diminuir este ano, com a chegada ao mercado de novas construções e indicou que a limitação da oferta em 2019 pode travar novos recordes no setor imobiliário.

De acordo com dados do INE, no terceiro trimestre de 2018, o Índice de Preços da Habitação aumentou 8,5% em termos homólogos, 2,7 pontos percentuais (p.p.) abaixo do registado no trimestre anterior, naquele que foi o segundo trimestre consecutivo em que se verificou uma desaceleração dos preços das habitações, depois do aumento de 12,2% no primeiro trimestre de 2018.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) deve divulgar a 25 de março a evolução dos Preços da Habitação no quarto trimestre de 2018.

ZAP // Lusa

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