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Bruxelas revê em alta crescimento de Portugal. Marcelo ficou surpreendido, Rio fala em trocos

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José Sena Goulão / Lusa

A Comissão Europeia melhorou esta quinta-feira em três décimas a previsão de crescimento económico de Portugal para 2% este ano, uma décima acima do esperado pelo Governo, e manteve a anterior previsão de 1,7% em 2020.

Nas previsões económicas de outono divulgadas em Bruxelas, o executivo comunitário estima que o PIB de Portugal cresça 2% este ano, acima da anterior estimativa de 1,7% divulgada em julho e uma décima acima da previsão do Governo.

“O crescimento económico superou as expectativas no primeiro semestre de 2019, apesar do fraco ambiente externo”, escreve a Comissão Europeia no documento, recordando que o PIB cresceu 0,6% nos dois primeiros trimestres do ano, “determinando uma perspetiva mais favorável para o ano inteiro”.

As previsões de Bruxelas motivaram diferentes reações: o ministro das Finanças e o Presidente da República viram com bons olhos a revisão, ao passo que o líder do PSD desvalorizou a revisão otimista, considerando que se tratam de “trocos”.

Mário Centeno manifestou-se confortado por a Comissão Europeia ter revisto em alta a previsão de crescimento económico para Portugal, considerando que se trata de “uma boa confirmação” do “bom momento da economia portuguesa” num contexto global difícil.

“É muito interessante, interessante no sentido de boa notícia, que a economia portuguesa veja as suas previsões de crescimento em 2019 revistas em alta, quando a área do euro é revista uma décima em baixa e a generalidade dos países acompanha esta revisão em baixa”, comentou o líder das finança, em Bruxelas.

Também Marcelo Rebelo Sousa considerou a revisão de Bruxelas “uma boa surpresa”. “Os 2% a mim, confesso-vos que me surpreenderam, vindos da Comissão Europeia. Eu tinha a noção de que a economia estava a aguentar-se melhor do que alguns previam em meados do ano, quando parecia ter havido ali uma desaceleraçãozinha no turismo que não houve, em junho e julho”, apontou o Chefe Estado.

“Portanto, os 2% significam uma boa surpresa para mim, não só por ser acima da média europeia, mas sobretudo porque eu temia que no segundo semestre tendesse a diminuir e ficasse aquém das previsões do Governo”, disse, à margem da Web Summit.

Rui Rio, por sua vez, leu os resultados com maior precaução, considerando que se tratam de “trocos”. “O que a Comissão Europeia vem dizer são trocos, é um crescimento de 0,1%”, afirmou no final da reunião do grupo parlamentar do PSD, admitindo, contudo, que é melhor que a revisão seja feita em alta do que em baixa.

Para o líder do PSD, o mais relevante são “as perspetivas futuras e aí há uma prudência muito grande por parte da Comissão Europeia”. “Vamos ter dentro em breve o Orçamento do Estado, em que vamos ver o quadro macroeconómico que o Governo apresenta e ver se está em sintonia ou dessintonia com o que foi apresentado na campanha eleitoral, talvez esteja mais prudente”, anteviu.

ZAP // Lusa

9 Comments

  1. A resposta típica de qualquer oposição!
    Se melhorou 3 décimas, são trocos!
    Se piorou 3 décimas, é uma catástrofe!
    É uma posição que não espanta ninguém mas que enoja um pouco é certo, quando um qualquer partido de oposição tem este tipo de atitude fútil…

    • Bem verdade, Ana!
      No meio disto tudo, o que podemos observar é que, até agora, este governo tem acertado sempre nas previsões ou, quando não acerta, as correcções oficiais dos organismos estatisticos, portugueses e estrangeiros, inicialmente piores que as do governo, acabam por ter de corrigi-las para valores ainda melhores do que os previstos pelo governo. Acresce que, em 4 anos, temos ZERO orçamentos rectificativos. Quando assim é, goste-se do governo ou não, a oposição só pode “inventar” e tentar criar factos onde não existem.

      • Um orçamento é um plano com os custos das obras que se irão realizar. Faz-se o orçamento 1- faz-se o estudo dos custos da obra e concretiza-se a obra! Se se gastou mais faz-se a retificação do orçamento por forma a acrescentar mais despesa! Em 4 anos , para o orçamento feito, não foi cumprido o plano, foi feito menos obra. Sendo assim não se faz retificação. Pois a despesa foi inferior! O objetivo dum orçamento é resgistar todos os custos para se ter o dinheiro previsto para fazer face às despesas. Neste caso obteve-se o dinheiro para o orçamento. Cativações feitas, armazenou-se o dinheiro. Feitas menos obras, então não há despesas superiores logo não há retificações. Esta é a minha análise.

      • Nem mais. Especialmente quando as cativações atingiram o valor que é conhecido.
        Ademais, e isso ainda o Ronaldo das Finanças não conseguiu: estancar a hemorragia da dívida e do défice… 252.000.000.000€ and counting…

  2. O crescimento é tanto que repare-se pela foto como o Cativador e o Monhè estão tímidos que lhes possa cair sobre as cabeças.

    • Nada disso, eles são é gauleses! Daquela pequena e irredutível aldeia gaulesa onde as legiões do César não conseguiram entrar… Um no papel de Abraracourcix (o chefe), o outro no de Assurancetourix (o bardo)….

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