O Parlamento britânico chumbou esta quarta-feira uma proposta que obrigaria Governo de Boris Johnson a negociar a permanência do Reino Unido no programa de mobilidade de estudantes (Erasmus) após o Brexit, cuja data de saída está marcada para o próximo dia 31 de janeiro.
Apresentada pelos Liberais Democrata, a emenda reuniu teve 344 votos contra e apenas 254 a favor, acabando por ser chumbada, tal como escreve a TSF.
Na prática, o chumbo pode significar o fim do programa Erasmus no Reino Unido na era pós-Brexit. O Reino Unido tem apenas garantida a participação no programa de mobilidade de estudantes até ao final de 2020.
“Desculpem jovens, estudantes que queriam passar algum tempo na Europa a 27, viajar e aprender. O vosso Governo agora removeu essa hipótese. Estão presos na ilha“, escreveu Caroline Voaden, deputada dos Liberais Democratas no Parlamento Europeu.
https://twitter.com/CarolineVoaden/status/1215175264063434753?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.tsf.pt%2Fmundo%2Fpresos-numa-ilha-erasmus-pode-acabar-no-reino-unido-apos-o-brexit-11691561.html
De acordo com a TSF, várias universidades e alunos mostraram preocupação com o chumbo desta quarta-feira. O programa Erasmus, recorde-se, permite aos alunos universitários estudarem noutros países europeus.
Entretanto, o Governo britânico já veio a público garantir que esta votação não irá alterar as futuras relações académicas entre o Reino Unido e a União Europeia. “O voto não muda isso”, garantiu um representante do departamento de Educação, citado pelo The Guardian.
“O Governo está comprometido em continuar o relacionamento académico entre o Reino Unido e a UE, inclusive através do próximo programa Erasmus +, se for do nosso interesse fazê-lo. A votação da noite passada não muda isso”, garantiu.
Depois de várias rondas de negociações, o Brexit parece que vai mesmo concretizar-se a 31 de janeiro. O parlamento britânico aprovou esta quinta-feira na especialidade a proposta de lei que regula o Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia.
O diploma segue agora para análise na Câmara dos Lordes, a câmara alta do parlamento britânico, mas não se espera que esta coloque obstáculos, embora possa introduzir emendas que terão de ser depois analisadas pelos deputados.