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Bombeiros e privados recusam serviços de ambulância por falta de pagamento do Estado

Tiago Petinga / Lusa

Há cada vez mais corporações de bombeiros e empresas privadas de transporte de doentes a recusarem levar doentes não urgentes para hospitais públicos.

São cada vez mais as empresas privadas e as corporações de bombeiros que recusam transportar doentes não urgentes com credencial dos hospitais, ou seja, pagos pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Segundo o Jornal de Notícias, o fenómeno acontece com mais incidência na região norte do país, nomeadamente no Porto, em Viseu e em Viana do Castelo, apesar de estar a generalizar-se por todo o país, como adiantou o presidente da Liga Portuguesa de Bombeiros, Jaime Marta Soares.

Para o transporte de doentes não urgentes com credencial, o Serviço Nacional de Saúde estabelece um custo de 7,5 euros quando o trajeto é inferior a 20 quilómetros. Quando a distância ultrapassa esse limite, o preço tabelado é de 51 cêntimos por quilómetro.

O problema reside nestes preços que, segundo as empresas privadas e as corporações de bombeiros que transportam doentes, “não compensam” as viagens. Mas, além disso, há ainda outro fator que tem originado as recusas no transporte: as elevadas dívidas que os hospitais públicos têm com as empresas e corporações de bombeiros que prestam estes serviços.

Paulo Tavares, da empresa privada de transporte de doentes Salvavidas, afirmou ao matutino que o hospital de S. João, no Porto, tem uma dívida à empresa que remonta a 201, dívida essa que o hospital nega. Adianta, ainda, que não nenhuma dívida referente a 2017, mas conta já com várias faturas por pagar este ano.

Por sua vez, Jaime Marta Soares reconhece que os preços tabelados para transporte não são atrativos, mas garante que o principal problema é “os hospitais deverem muito dinheiro aos bombeiros”.

Também Martinho Cruel, Presidente da Liga Portuguesa de Ambulâncias, fez saber que o Hospital de Viana do Castelo “se atrasa sistematicamente nos pagamentos” e que há hospitais, como o de Coimbra, que “não pagam desde janeiro“.

ZAP //

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