Bomba-relógio pode explodir este sábado: Israel faz ultimato ao Hamas

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Gali Tibbon / Afp Pool

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel

Bastou a recomendação de Donald Trump para que Netanyahu ameaçasse cancelar o cessar-fogo em Gaza, num momento em que se acumulam tensões entre as duas fações do conflito. O destino do enclave será decidido este sábado, e pode haver um “inferno a rebentar”.

Na noite desta terça feira, Benjamin Netanyahu foi perentório: “Se o Hamas não devolver os nossos reféns até ao meio-dia de sábado, o cessar-fogo terminará e as FDI voltarão aos combates intensos até à vitória final sobre o Hamas”.

Em causa está a recusa do grupo armado palestiniano em libertar 3 reféns israelitas, evento marcado para este sábado, 15 de fevereiro.

O Hamas denunciou “violações do inimigo e a sua incapacidade de cumprir os termos do acordo”, acusando Israel de ser responsável por “quaisquer complicações e atrasos”.

A segunda fase do cessar-fogo, que já proporcionou 5 trocas de reféns desde 19 de janeiro, começou frágil, este mês, depois de algum adiamento nas negociações por parte de Benjamin Netanyahu, que se tem alinhado com os EUA na busca de uma solução comum para Gaza, que passa por expulsar os palestinianos da região e “reconstruir” o local.

O Hamas já classificou os comentários de Trump de “racistas” e declarou que estes “constituem um apelo à limpeza étnica“, e as próprias Nações Unidas alertaram que o plano de Trump poderia constituir uma violação do direito internacional.

Agora, as declarações do primeiro-ministro israelita parecem seguir as recomendações do próprio Donald Trump, com quem se tem vindo a alinhar.

Esta segunda feira, o presidente norte-americano dissera, citado pelo The Guardian: “no que me diz respeito, se todos os reféns não forem devolvidos até às 12 horas de sábado — penso que é uma altura apropriada — eu diria para cancelar o cessar-fogo e todas as apostas estão canceladas e deixar o inferno rebentar“.

Netanyahu declarou no mesmo dia, após uma reunião de quatro horas com o gabinete de segurança israelita na terça-feira que “acolheu a exigência do Presidente Trump”.

Mas não é claro se Netanyahu se refere apenas aos 3 reféns que seriam libertados, ou mesmo a todos os 76 que ainda restam em cativeiro em Gaza.

A ministra dos Transportes de Israel e membro do Gabinete de Guerra, Miri Regev, prevê a libertação de todos os reféns israelitas este sábado. Escreveu no X: “Tomámos uma decisão muito clara: Aderimos à declaração do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a libertação dos reféns — no sábado, todos serão libertados!”

Agora, o futuro dos 76 reféns que ainda não foram libertados é cada vez mais nebuloso, e o relógio vai contando o tempo até sábado. A batata quente está nas mãos do Hamas.

ZAP //

1 Comment

  1. O Hamas está entre a espada e a parede: se não devolver TODOS os reféns, israelitas e americanos caem-lhe em cima; se os devovolver TODOS, fica sem poder negocial e leva à mesma com as FDI. Pior, quem se lixa é povo palestiniano, seja como for. O ódio cresce facilmente, pelo que o futuro daqueles povos é sombrio.

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