Bolsonaro acusado de usar “pretexto ridículo” para proibir charutos cubanos no Brasil

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O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, está a ser acusado de mentir e de fazer o jogo dos Estados Unidos (EUA) ao decretar o fim da comercialização de um produto icónico cubano no país, os charutos Cohibas.

Com efeito, o Brasil proibiu a importação de Cohibas, os famosos charutos cubanos que Fidel Castro fumava e que eram oferecidos apenas a amigos próximos do regime, noticiou na quinta-feira o Expresso.

Criados em 1966, os Cohiba só em 1982 começaram a ser exportados, constituindo uma fonte de rendimento essencial do país. Apesar de o boicote norte-americano vedar o acesso ao maior de todos os mercados, os Cohibas são populares em muitos outros lugares, sobretudo na Europa e na China.

Jair Bolsonaro já se tinha confrontado com o governo cubano antes de tomar posse, levando Havana a retirar do país milhares de médicos que tinham ido reforçar o sistema de saúde brasileiro no tempo de Dilma Roussef (a exportação de médicos é outra importante fonte de divisas para Cuba).

O Presidente brasileiro chegou a colocar a hipótese de fechar a embaixada cubana, por alegadamente ser desnecessária.

Agora, a Agência Brasileira de Vigilância Sanitária disse ter detetado nos Cohiba um excesso de ácido sórbico – um conservante natural – e a sua comercialização no país foi proibida. A ordem dá um mês para retirar do mercado os charutos que neste momento existem, mas fica suspensa enquanto correm recursos.

A firma Emporium, que há vinte anos distribui os Cohiba no Brasil, garante que o argumento não faz sentido, dado que eles são um produto inteiramente natural, sem aditivos, feitos com uma seleção das melhores folhas de tabaco e um período adicional de fermentação em barris de rum durante um ano.

O jornal oficial do governo cubano, o Granma, fala em “manobra bruta do presidente Bolsonaro (…) suspeitosamente muito de acordo com a política do governo dos EUA para endurecer o criminoso bloqueio económico, comercial e financeiro contra a ilha”. E o ministro do comércio cubano, Rodrigo Malmierca Díaz, tweetou que o motivo invocado era “um pretexto ridículo”.

TP, ZAP //

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