“Black Saturday” açoriano em Alvalade

Miguel A. Lopes / Lusa

Primeiros pontos perdidos pelo Sporting na Primeira Liga, primeira derrota na prova e logo em casa. Após a goleada sofrida em Alvalade ante o Arsenal na Liga dos Campeões, a formação leonina saiu derrotada por 1-0 pelo Santa Clara.

De nada valeu a grande superioridade dos lisboetas ao longo de todo o encontro, pois a solidez defensiva da equipa não foi acompanhada por criatividade, movimentação e alegria no ataque.

O Sporting surgiu nervoso, sem ânimo e os açorianos aproveitaram para marcar no único remate que realizaram na primeira parte. O Santa Clara é quarto classificado.

Vida difícil para o Sporting na primeira parte. Os “leões” dominaram por completo, com muita bola (73% de posse), mas tentavam fazer tudo muito depressa, com coração, com pouca clarividência, o que ia ajudando o Santa Clara a resolver os problemas junto da sua área.

Dos 11 remates leoninos, só um foi enquadrado, enquanto do lado dos açorianos, o seu único disparo, uma “bomba” de Vinícius Lopes, deu em golo e vantagem forasteira.

A superioridade sportinguista continuou a ser total no segundo tempo, com muita bola e competência a evitar as transições visitantes, mas na frente a mobilidade era pouca, as combinações e lances de desequilíbrio não aconteciam, e Gyökeres e Harder jogavam muito lado a lado na frente, sem criarem movimentos de ruptura.

Gyökeres falhou, de cabeça, aos 69 minutos, um golo cantado, o árbitro chegou a assinalar penálti sobre Maxi Araújo, mas reverteu, Daniel Borges perdeu o 2-0 de forma incrível e o Sporting somou a segunda derrota consecutiva, a primeira na Liga 24/25.

O Jogo em 5 Factos

1. Desinspiração leonina

O ataque do Sporting apareceu estático, sem ideias e alegria, mas também sem inspiração. O exemplo mais claro dessa realidade foi o golo que Gyökeres falhou aos 69 minutos, num golpe de cabeça. A ocasião flagrante desperdiçada pelo sueco tinha uma possibilidade de sucesso de 61% (xG).

2. Muitos cruzamentos ineficazes

Perante o recuo do Santa Clara e com dois avançados na frente (Gyökeres e Harder), o Sporting apostou claramente nos cruzamentos de bola corrida, igualando o seu máximo da época (21). O pior foi que apenas teve eficácia em três deles, todos por Geny Catamo (em nove).

3. Muita entrada na área

O Sporting pressionou muito e conseguiu entrar muitas vezes na área açoriana, registando relevantes 44 acções com bola naquela zona do terreno. O Santa Clara só conseguiu cinco.

4. “Leão” bem melhor nos duelos

Não foi por falta de esforço que o Sporting não venceu. Os jogadores leoninos ganharam 71 duelos individuais (contra 56 dos visitantes), o seu registo mais alto da época na Liga e bem acima da média de cerca de 56 por desafio.

5. Impenetrável muro açoriano

Até esta jornada, o Santa Clara registava uma média de 1,7 bloqueios de remate por jogo. Perante os muitos remates leoninos, os açorianos duplicaram o seu máximo destes lances, dos anteriores quatro para oito.

Melhor em Campo

A superioridade leonina fica patente também no muito trabalho que o guarda-redes do Santa Clara teve. Gabriel Batista foi o melhor em campo, pois segurou a sua baliza inviolada com quatro defesas, todas a remates na sua grande área e evitou 0,5 golos (defesas – xSaves).

Resumo

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