O bigode do embaixador dos Estados Unidos (EUA) na Coreia do Sul tem sido criticado pelos sul-coreanos, que ao ver o visual de Harry Harris se recordam dos 35 anos sob domínio colonial japonês, entre 1910 e 1945.
Segundo noticiou o Diário de Notícias, os sul-coreanos têm utilizado as redes sociais para acusar Harris – ex-almirante da marinha que nasceu no Japão e é filho de mãe japonesa e pai norte-americano – de usar um bigode parecido ao dos oito governadores-gerais japoneses durante o período de domínio colonial japonês.
Entre esses líderes estão Hideki Tojo, primeiro-ministro que foi mandado executar por um tribunal do pós-guerra, e o imperador Hirohito.
“O meu bigode, por alguma razão, tornou-se um ponto de fascínio por aqui. Fui criticado na imprensa e em especial nas redes sociais por causa da minha origem étnica, porque sou um nipo-americano”, frisou o embaixador de 63 anos, nomeado em julho de 2018.
“Não deixei crescer o bigode por causa da minha ascendência japonesa nem pela causa do movimento de independência da Coreia nem mesmo pelo meu pai. Cresci porque posso fazê-lo e fiz. Não conseguia tornar-me mais alto nem conseguia fazer crescer cabelo na minha cabeça, mas podia fazer crescer na minha face e fiz”, sublinhou.
E acrescentou: “Entendo essa animosidade histórica entre os dois países, mas não sou o embaixador nipo-americano na Coreia do Sul, sou o embaixador americano na Coreia do Sul. Pegar nessa história a colá-la a mim por causa de eu ter nascido acidentalmente no Japão é um erro”.
Ao Korea Times, quando questionado se cortaria o bigode para facilitar as relações entre os dois países, o embaixador disse que teriam de o convencer que isso beneficiaria a relação bilateral entre EUA e Coreia do Sul.
“Sou quem sou. Tudo o que posso dizer é que todas as decisões que tomo se baseia no facto de que sou embaixador americano na Coreia, não o embaixador nipo-americano na Coreia”, indicou, citado pela CNN.
De acordo com o Diário de Notícias, as críticas abriram outras discussões na Coreia do Sul, como o racismo e os problemas na aliança diplomática entre Seul e Washington, como a partilha dos custos da presença de tropas norte-americanos em solo sul-coreano.
Estes americanos são uns estúpidos, por mandarem um nipo-americano e com bigode para a embaixada dum país que sofreu bastante, às mãos de nipónicos, aquando da sua ocupação.