/

Benfica vs PAOK | Eficácia premeia gregos com empate

Manuel de Almeida / Lusa

O Benfica vai iniciar a segunda mão do “play-off” de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões em desvantagem.

A equipa “encarnada” dominou por completo o PAOK no Estádio da Luz, criou inúmeras ocasiões flagrantes de golo, mas não foi além de um empate 1-1.

Os gregos marcaram na segunda parte, no único remate enquadrado que realizaram na partida e numa altura em que se notava uma quebra física na equipa portuguesa. Agora, o Benfica terá de marcar na Grécia se não quiser deixar fugir os milhões da “Liga milionária”.

O Jogo explicado em Números

  • O jogo começou calmo, com trocas de bola, alguma pressão do PAOK e um golo anulado a Gedson Fernandes por fora-de-jogo, logo aos cinco minutos. Nos primeiros dez praticamente só deu Benfica, com 63% de posse de bola, o dobro dos passes, mas os dois únicos remates pertenceram aos gregos, ambos com má direcção.
  • PAOK muito fechado na sua defesa e meio-campo, não dando espaços aos benfiquistas no momento de estes construírem jogo. Até as tentativas de jogar ao primeiro toque esbarravam num muro de adversários. Por volta dos 20 minutos, apenas os gregos somavam remates, nada menos que quatro, todos desenquadrados. O Benfica destacava-se na qualidade do passe, com 90% de eficácia.
  • Primeiro disparo das “águias” aos 22 minutos, por André Almeida, e aos 23, Pizzi recebeu de Franco Cervi na grande área e rematou de primeira. A bola saiu a centímetros do poste direito da baliza de Alexandros Paschalakis. O Benfica aproximava-se com perigo, mas faltava alguma presença na grande área contrária e Pizzi quase marcou aos 28, valendo Paschalakis ao PAOK.
  • O jogo estava neste figurino à passagem da hora de jogo: muito Benfica, com 64% de posse, 90% de eficácia de passe, cinco remates contra quatro, mas o único enquadrado, e quase todos muito perigosos. O golo rondava a baliza grega.
  • Nesta fase, Cervi e Pizzi destacavam-se. O argentino pelos dois passes para finalização e uma ocasião flagrante criada. O médio pelos quatro remates, 92% de eficácia de passe e pela forma como se integrava na grande área. Porém, o português chegou ao descanso com três flagrantes desperdiçadas.
  • Até que, nos descontos da primeira parte, Maurício carregou Gedson na grande área e o árbitro assinalou grande penalidade para o Benfica. Na cobrança do castigo máximo, Pizzi, desta feita, não falhou e deu cor a uma exibição individual de grande energia.
  • Domínio total do Benfica na primeira parte, expresso nos 66% de posse de bola, nos 89% de eficácia de passe e nos sete remates, três deles enquadrados.
  • Mas o número que mais impressiona é mesmo as quatro ocasiões flagrantes que as “águias” criaram nesta primeira metade da partida, três delas desperdiçadas por Pizzi.
  • Ainda assim, tal não impediu o médio de ser o melhor ao intervalo, com um GoalPoint Rating de 6.9, fruto de um golo, de penálti, cinco remates e 92% de eficácia de passe.
  • Mais uma boa entrada do Benfica, desta vez a enquadrar todos os três remates que realizou nos primeiros 15 minutos do segundo tempo. O PAOK pouco ou nada mostrou nesta fase em termos ofensivos, mas conseguiu estancar um pouco o futebol atacante do Benfica chegando aos 43% de posse de bola.
  • Aos poucos começou a transparecer a ideia de que o Benfica estava menos fresco fisicamente, com menos intensidade no ataque e na capacidade de pressionar o portador da bola. Ainda assim, pelos 70 minutos, os portugueses somavam quatro remates, todos enquadrados, 58% de posse de bola e mais ambição.
  • Até que, aos 76 minutos, os gregos empataram. Na sequência de um canto, e num lance confuso, a bola chegou a Amr Warda e este “fuzilou” Odisseas Vlachodimos. Um tento que surgiu ao quarto remate do PAOK no segundo tempo, primeiro enquadrado em todo o jogo, o nono no total da partida.
  • Ferreyra viu Paschalakis negar-lhe o golo aos 86 minutos, após excelente passe de João Félix. Era a pressão final do Benfica em busca do triunfo, mas faltavam forças para mais. No final, a ideia de um Benfica totalmente dominador, com 64% de posse, muitos remates enquadrados (oito contra um), mas a ineficácia ofensiva acabou por ser um castigo duro.

O Homem do Jogo

Mais um jogo de grande qualidade de Pizzi. O médio marcou o golo do Benfica, de penálti, e foi o mais activo dos “encarnados” até ser substituído, completamente exausto.

Pecou na ineficácia frente à baliza do PAOK, pois falhou três ocasiões flagrantes nos cinco remates que realizou, mas terminou com um acerto de passe de 90%, três passes para finalização e 94 acções com bola. O benfiquista terminou com um GoalPoint Rating de 7.7. A pergunta que fica é: aguentará Pizzi este ritmo até quando?

Jogadores em foco

  • A. Paschalakis 7.7 – O guarda-redes do PAOK foi, talvez, o grande responsável pelo equilíbrio na eliminatória nesta altura. Paschalakis esteve intransponível, realizando sete defesas aos oito remates enquadrados do Benfica, seis deles a partir de dentro da sua grande área.
  • Franco Cervi 6.5 – O extremo argentino é uma autêntica “carraça”, a atacar e a defender. Neste encontro criou uma ocasião flagrante em dois passes para finalização e ainda ajudou na retaguarda, com oito acções defensivas e seis recuperações de posse.
  • Fernando Varela 6.2 – A segurança defensiva do PAOK contou com a preciosa intervenção de Varela. O luso-cabo-verdiano terminou o jogo com 13 acções defensivas, sendo cinco delas alívios e quatro desarmes. Uma parede.
  • Gedson Fernandes 5.9 – O jovem correu muito, mostrou qualidade, fez três passes para finalização e registou sete acções defensivas. Porém, foi algo inconsequente no drible, com uma tentativa de sucesso em sete. Terminou o jogo em esforço.
  • Jardel 5.9 – O central do Benfica esteve intratável no jogo aéreo. Perante o poder físico de Aleksandar Prijovic, o brasileiro não deu hipóteses e ganhou oito de nove duelos aéreos defensivos e ainda registou cinco alívios.

Resumo

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.