MIGUEL RODRIGUEZ/EPA

Benfica vencia confortavelmente por duas bolas a zero contra equipa amadora, mas mesmo assim, a meia hora do final do jogo, o turco não queria sair e reclamou. Treinador encarnado não se deixou ficar.
Vitória esperada e feliz para o Benfica esta sexta-feira, frente aos neozelandeses do Auckland City (6-0). Os encarnados ficam a um ponto dos oitavos de final do Mundial de clubes, num sétimo dia de competição que qualificou o Flamengo e o Bayern Munique. Mas apesar da goleada, a polémica esteve em campo, com Orkun Kökçü ao barulho — mais uma vez.
Corriam os 61 minutos de jogo, ganhava o Benfica por duas bolas a zero, quando o técnico Bruno Lage decidiu tirar Kokçu de campo, rendendo-o com Renato Sanches. O turco de 24 anos não gostou e, visivelmente zangado, começou a gesticular em direção ao treinador encarnado — que não se deixou ficar e mandou calar o jogador, com o dedo a ir à boca para gesticular a intenção.
“F*** you”, responde em inglês o jogador a Bruno Lage.
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E apenas dois minutos depois… Renato Sanches marca golo, o que fez Bruno Lage dirigir-se de novo a Kokçu, já sentado no banco de suplentes. O médio não gostou da atitude e ameaçou ir para o balneário, tendo sido travado pelo compatriota Kerem Akturkoglu.
No final do jogo, o turco foi ainda visto a segredar ao ouvido do médio português, em que parecia estar a justificar a sua atitude a meia hora do final da partida.
A polémica correu o mundo. “O que deveria ter sido um celebração mais parecia um funeral“, compara o jornal AS: “Nem o bis de Barreiro e o penálti de Di María conseguiram apagar a polémica”.
“Uma troca de palavras que ia incendiando cada vez mais Kokçu, que chegou a apontar o dedo indicador para [Bruno Lage]”, lê-se no SPORT.
Na reação, Bruno Lage procurou desvalorizar o momento de tensão, e lembrou o “passado” do jogador turco com Roger Schmidt. Consigo, tem “presente”.
“Foi a vontade de ganhar. Kokçu ficou no banco até ao final. Queria marcar mais golos e entendemos que, para isso, teria que entrar o Renato Sanches que dois minutos depois fez o golo. Independentemente do que querem os jogadores, sou eu que tomo as decisões. No primeiro jogo, senti que o Renato tinha que entrar de início e o Kokçu entrou para refrescar. Hoje decidi o contrário e o Renato fez o golo. Toda a gente queria marcar mais golos e tomamos as melhores decisões para isso acontecer”, explicou o treinador português.
Recorde-se que aquele que é o reforço mais caro da história do clube disse, em março do ano passado, estar “desiludido e frustrado” com a estrutura encarnada, e culpou em parte o alemão, na altura técnico das águias.
“Desde o início que nunca me fizeram sentir importante. Nem o treinador”.
As contas encarnadas no Mundial de Clubes
Os encarnados isolaram-se no segundo lugar do Grupo C e partem para a terceira e última jornada, na terça-feira, sabendo que seguirão em frente se empatarem com o todo poderoso Bayern, mas que também podem continuar em prova com um desaire.
Se perder, o Benfica terá de ficar à frente do Boca Juniors na diferença de golos: parte com sete de vantagem (8-2 contra 3-4), mas sabendo que os argentinos defrontam os neozelandeses, que já tinham sido goleados pelos bávaros por 10-0.
ZAP // Lusa