O Governo belga anunciou, esta sexta-feira, novas medidas, entre elas a imposição de um recolher obrigatório a partir da meia-noite e o encerramento de todos os cafés, bares e restaurantes durante um mês.
O primeiro-ministro belga, Alexander de Croo, decretou esta sexta-feira o recolher obrigatório em todo o território belga e o encerramento de bares e restaurantes, para combater o que qualificou de “aumento exponencial” dos casos de covid-19 na Bélgica.
Referindo que “os números são alarmantes e significativamente mais elevados do que em março e em abril”, altura em que foram tomadas “medidas duras”, De Croo referiu que a missão do governo belga é a de “fazer baixar esses números” e que, para tal, terão que ser adotadas “medidas mais estritas”.
Entre as medidas adotadas – e que entrarão em vigor a partir da próxima segunda-feira – encontra-se o recolher obrigatório entre as 00h e as 5h, a proibição da venda de álcool após as 20h, e o encerramento de bares, cafés e restaurantes durante um mês.
“Os cafés e restaurantes vão fechar, trata-se de uma medida temporária que ficará em vigor durante um mês. Será feita uma avaliação daqui a duas semanas para decidirmos se a medida se mantém”, referiu De Croo.
O teletrabalho passa também a ser obrigatório “sempre que possível” e só será autorizado o encontro com, no máximo, uma pessoa exterior ao agregado familiar.
“Temos consciência que estas medidas são muito duras e que, para muitas pessoas, são injustas, mas este vírus também é injusto. Ainda que nos atinja a todos, atinge sobretudo as pessoas mais vulneráveis e nós temos de adotar estas medidas para protegermos essas pessoas”, sublinhou o primeiro-ministro belga.
De Croo qualificou a situação atual de “grave”, referindo que se trata de um “crescimento exponencial da pandemia” com o número de casos a “duplicar semanalmente”, e que “todos ressentem hoje a presença” do novo coronavírus covid-19.
“A diferença relativamente ao mês de março e de abril, é que o vírus está muito mais próximo de nós: conhecemos todos pessoas que estão em quarentena, que estão contaminadas ou que estão gravemente doentes. Todos ressentem hoje a presença deste vírus”, referiu De Croo.
O governante sublinhou ainda que os próximos dias continuarão a ser “muito difíceis” em termos de números. “É importante chamar a atenção: nos próximos dias, as novidades continuarão a ser más”, afirmou De Croo.
“Sem saúde, não há liberdade; sem saúde, não há felicidade; sem saúde, não há vida. Hoje, temos todos de dar um passo para trás para, amanhã, podermos dar, juntos, um passo em frente”, concluiu o primeiro-ministro belga.
Segundo dados divulgados esta sexta-feira, a Bélgica registou, entre os dias 6 e 12 de outubro, uma média diária de 5.976 novas infeções, um aumento de 96% relativamente à semana anterior, para um total de 191.959 casos desde o início da pandemia e um balanço de 10.327 mortes.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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