BCE mantém taxas de juro. Cenário “não é favorável para redução”

Friedemann Vogel / EPA

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde.

A taxa de depósitos permanece em 4%, o nível mais alto registado desde que há moeda euro. Juro de financiamento é 4,5%.

Como já se esperava, o Banco Central Europeu (BCE) não mexeu nas taxas de juro.

A decisão foi confirmada nesta quinta-feira e representa uma paragem na subida dos juros, que começou em Julho de 2022. Foram 10 aumentos consecutivos, ao longo de mais de um ano.

A taxa de depósitos permanece em 4%, o nível mais alto registado desde que há moeda euro. Juro de financiamento é 4,5% e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez é 4,75%.

Esta pausa surge numa fase de abrandamento da inflação, que desceu em Setembro, mas também de economia perto da recessão.

Em comunicado, o BCE avisa que a inflação ainda deverá permanecer “demasiado elevada durante demasiado tempo e as pressões internas sobre os preços permanecem fortes”.

“Os anteriores aumentos das taxas de juro do Conselho do BCE continuam a ser transmitidos vigorosamente às condições de financiamento. Isso está a atenuar cada vez mais a procura e, portanto, ajuda a reduzir a inflação”, lê-se no documento.

A ideia do BCE é fazer que a inflação volte aos 2%. Mas não será para já, embora continue a baixar nos próximos tempos, em princípio.

Baixar as taxas?

Para já, não. Os analistas prevêem que o primeiro corte nas taxas de juro do BCE seja anunciado só daqui a um ano, no último trimestre de 2024, avisa o Jornal de Negócios.

Estes números mexem muito, por exemplo, com as contas da prestação da casa, dos empréstimos concedidos pelo banco para compra de casa.

Miguel Cabrita, responsável da plataforma Idealista, prevê uma manutenção “ou até mesmo um ligeiro aumento” das taxas de juro nos próximos tempos.

“É uma tendência de taxas mais elevadas por um período prolongado, o que não é uma boa notícia para os consumidores e provavelmente não desencadeará movimentações significativas na Euribor”.

Porque, com o Inverno a aproximar-se, e com as incertezas geopolíticas, não há “um cenário favorável para uma redução gradual das taxas de juro”.

ZAP //

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