Francisco Guerreiro conseguiu ser eleito eurodeputado. Mas em Barrancos, terra das touradas, ninguém contribuiu para a sua eleição.
A grande surpresa da noite eleitoral europeia do passado domingo foi a eleição de Francisco Guerreiro pelo PAN (Partido Pessoas-Animais-Natureza), que se torna no primeiro eurodeputado eleito por aquela formação política. O partido alcançou uma votação de cerca de 5,08% e tornou-se na sexta força política, atrás do CDS.
No entanto, houve um concelho no distrito de Beja que passou à margem da onda eleitoral que beneficiou o PAN – ali, o partido não conseguiu qualquer voto. Em Barrancos, e entre os 356 votantes (de 1325 inscritos) de domingo, nenhum escolheu a lista encabeçada por Francisco Guerreiro.
Segundo o Público, naquele concelho venceu o PS, com 41,85% dos votos (149), seguido da CDU (17,7%, 63 votos), PSD (9,83%, 35 votos), Bloco de Esquerda (8,15%, 29 votos) e CDS-PP (5,62%, 20 votos). Conseguiram ainda votos o Basta, PCTP-MRPP, Aliança, Livre, PDR, PNR e PTP, todos com menos de 15 votos cada.
Nas anteriores eleições europeias, em 2014, o PAN tinha conseguido quatro votos em Barrancos. A explicação para o facto de o partido de André Silva ter tido um resultado nulo neste concelho alentejano prende-se com a cultura tauromáquica da vila.
Barrancos é o único município do país onde ainda é permitida a realização de touradas de morte, devido a um regime de exceção criado em 2002, ao qual o PAN se opõe.
No resto do distrito, o PAN ficou próximo dos 3%, com Moura e Odemira a excederem esse patamar. Já no resto do país, os distritos onde o PAN obteve menos votos foram Portalegre (2,4%), Vila Real (2,62%) e Évora (2,98%).
Pela positiva, no mapa nacional destacam-se os 6,79% alcançados no distrito de Lisboa, com os municípios de Oeiras (7,88%) e Sintra (7,53%) a contribuírem para o expressivo resultado. No distrito de Setúbal, o PAN conquistou 6,59%. No do Porto, 5,59%.