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Banqueiros defendem multibanco pago em Portugal

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Mário Cruz / Lusa

Os presidentes executivos do BCP, BPI, Caixa Geral de Depósitos (CGD) e Novo Banco defenderam hoje, numa conferência em Cascais, que o multibanco deve ou ser pago ou ter critérios uniformes em toda a zona euro.

“Estamos na união bancária ou em Portugal? Os concorrentes são os bancos da união bancária ou são os bancos portugueses? A minha opinião não é se deve ser pago ou não deve ser pago, deve ser que na união bancária haja as mesmas regras”, disse o presidente executivo do BCP, Miguel Maya, durante o ‘CEO Banking Forum’, que decorreu esta quarta-feira nas instalações da Nova SBE, em Cascais, no distrito de Lisboa.

“Se for gratuito, deve ser gratuito em toda a zona euro. Se é pago, concretamente em que todos os serviços têm um custo suportado pelo cliente, então que seja uniforme na união bancária”, defendeu Miguel Maya.

Pelo BPI, Pablo Forero interrogou-se sobre as condições de concorrência face a outras instituições bancárias internacionais: “Se alguém vem aqui fazer negócios sem investir em nenhuma caixa automática, por que têm de ser gratuitas?”.

Já Paulo Macedo, da CGD, disse que o entendimento do banco “é que se é uma questão de prestação de serviço, se o serviço tem valor, deve ser pago“, porque “não é justo achar que os trabalhadores do banco não devem ser remunerados pelo serviço que prestam”.

Por sua vez, António Ramalho, líder do Novo Banco, afirmou que “a resposta é sempre a mesma [que a dos outros presidentes executivos], não há outro racional”, e que “é muito difícil lá fora explicar que [o multibanco] é um serviço subsidiado”, uma vez que normalmente cada banco tem a sua máquina automática.

António Ramalho considerou ainda que “20 euros” não são “caros” por um cartão “que faz um conjunto de funções notável”, referindo-se a anuidades.

Na terça-feira, durante a apresentação de resultados do Santander Totta, o presidente executivo do banco, Pedro Castro e Almeida, já tinha criticado por várias vezes a isenção de encargos para os clientes do sistema multibanco.

“Aqui em Portugal temos custos de contexto interessantes, não se paga taxas nas ATM (caixas multibanco automáticas) e isso tem custos para o banco, tal como o MB Way tem custos para o banco”, afirmou Pedro Castro e Almeida, na altura.

// Lusa

15 Comments

  1. Depois do que a banca nos tem custado (aos portugueses e não só), é preciso muita lata para estes parasitas incompetentes ainda terem a coragem de querer sobrecarregar ainda mais os clientes com custos!!

  2. Andam atrás disto hà décadas. Agora se existe um Povo, se isso não é afinal um animal mitológico deveria dar a mesma resposta a estas coisas que sempre teve. Agora, é necessário acabar com a escravização aos Bancos. Quem tem um emprego “normal”, sem habilidades com uma entidade patronal, pode receber sem ser através sde Banco? Não Pode? Upssss, somos prisioneiros…

  3. Acho muito bem!
    Cobrar pelo ar que a malta respira, cobrar pelo pó e germes que a malta leva, cobrar pelas vistas de algumas moças bem jeitosas que estão no balcão (e lá me vão cair as feministas em cima, mais o pessoal do berloque), cobrar simplesmente por existirem (para lá do que já nos cobram de cada vez que vão à falência)… Enfim cobrar, sacar, secar, chupar….

    Agora, pergunta este tolo: então mas a malta não paga já as anuidades dos cartões de débito? E as comissões de manutenção de conta?

  4. No primeiro dia em que me cobrarem seja que quantia for por levantar o meu ordenado/pensão/reforma, nesse mesmo dia encerro a conta no banco e o O/P/R será levantado tesouraria da empresa, ou através de vale postal na estação dos correios da localidade. Não foi há muitos anos que as empresas faziam contratos com os bancos para estes fornecerem os cartões MB, e a empresa dava certo tempo (era obrigada por lei) por exemplo 1 hora, para se ir ao banco para receber o ordenado, isto para se prevenir assaltos aos funcionários das empresas que iam levantar ao dito banco. QUEM TUDO QUER SEM NADA FICA ” ditado muito antigo “

  5. Bem e melhor começar a colocar o dinheiro no revolut ou monese ou outro banco do genero pelo menos sempre roubam menos e o estado fica sem saber quanto dinheiro tenho na conta pelo menos por agora ….cambada de ladroes anda tudo ao mesmo roubar o povo esta na moda .

  6. Caros banqueiros, posso afiançar-vos que no dia em que isso acontecer, em Portugal o povo sairá à rua e não será brando com as vitrines das vossas agências, se sobrar alguma de pé dêem-se por contentes!
    Vai tudo corrido à pedrada, acham mesmo que vos vai compensar?????

  7. Dizem que os bancos cá em Portugal devem seguir as mesmas regras da “União de Bancos”, mas quando toca a que os clientes paguem! Pois quando é o contrário não se aplica! Parasitas, sempre a tentarem extorquir dinheiro a quem os “ajuda” a crescer. Vivi 10 anos no Luxemburgo e nunca paguei um cêntimo por levantar dinheiro ao balcão. Já que estamos numa “União de Bancos”, porque não fazem o mesmo cá em Portugal? Pobres mentes!!

  8. E quem defende os clientes dos bancos ?!
    Já viram os juros que os bancos estão a praticar nos depósitos a prazo ?
    Estão a pagar em média 0,04% ao ano, e conseguem receber da banca internacional mais de 3% !!
    O problema é que está vedado ao cidadão nacional fazer os depósitos a prazo nos bancos externos da UE.
    Portugal tem dois graves problemas. O primeiro é a Corrupção institucionalizada. O segundo é o sector financeiro que faz todas as tropelias e faz os cidadãos pagar por elas, e ainda tem o desplante de propor mais roubos como este.
    A movimentação das contas por multibanco, é muito lucrativa para os bancos, já que não olhando às despesa residual das máquinas instaladas, todo o processo é electrónico e automático, prescindindo de mão humana.
    Os utentes, se se consertassem, deveriam ir aos balcões todos os dias, levantar 20 euros !

  9. O Decreto-Lei n.º 3/2010 de 05 de janeiro, específicamente proíbe a cobrança de quaisquer comissões no MB:
    Artigo 1.º

    Objecto

    O presente decreto-lei tem como objecto:

    a) Proibir a cobrança de encargos pelas instituições de crédito nas operações, designadamente de levantamento, de depósito ou de pagamento de serviços, em caixas automáticas;

    b) Proibir a cobrança de encargos pelos beneficiários de serviços de pagamento nas operações de pagamento através dos terminais de pagamento automáticos.

    Artigo 2.º

    Cobrança de encargos nas operações em caixas automáticas

    Às instituições de crédito é vedado cobrar quaisquer encargos directos pela realização de operações bancárias em caixas automáticas, designadamente de levantamento, de depósito ou de pagamento de serviços.
    Já nesta ocasião os bancos, BES, BCP e BPI foram campeões em tentar “abocanhar” mais esta possibilidade de renda à custa do Zé pagante.
    Temos de nos lembrar que este avanço tecnológico permitiu enormes ganhos de produtividade para os bancos com melhoria de serviço para os clientes; Agora, depois de a coisas estar bem implantada avança-se com a tentativa de novamente cobrar pelo serviço e justifica-se que é um serviço, tem de ser pago.
    Ora vejamos, no futuro os transportes públicos nas grandes centros tenderão a ser gratuitos como forma de incentivar o seu uso e desincentivar a automovel e de forma a tornar mais iguais os serviços comuns.
    Igualmente já assim acontece com as redes MB e querem fazer um regresso civilizacional, sendo este um dos grandes serviços a toda a população?
    Haja contenção nos Srs Banqueiros, decoro nos Srs Politicos para não o permitirem e inteligencoa de todos para não se inquinar um dos melhores serviços existente em Portugal.

    • Precisamente por esses parasitas da banca saberem dessa lei é que vem com estas pressões/lobbys para tentar apelar ao poder político para alterar a lei!!
      Felizmente, como é uma medida bastante impopular, dificilmente algum político alinhará nessa alteração à lei – pelo menos por agora!…

  10. Vivemos mesmo num país de gente sem vergonha, que não olha a meios para atingir os fins!
    Pergunto: Quanto recebe de juros um português que tenha algum dinheiro depositado nos bancos? ZERO! E muitas vezes, como se sabe, ainda é taxado o pouco que lá tem.
    Mas vemos regularmente na TV, os lucros loucos dos bancos (milhões) apenas num semestre.
    Sabemos que os banqueiros são habilidosos trapaceiros, que escondem as suas habilidades atrás de esquemas aparentemente legais, mas o BdP não pode ter aqui uma acção correctiva e dizer apenas não? Vai continuar a mesma pouca vergonha de sempre? Vai o país novamente a banca routa, por causa dos mesmos meliantes de sempre?
    Haja, ao nível da entidade competente, alguém com um mínimo de dignidade, que impeça esta gente de continuar a esbulhar apenas aqueles que trabalham e pouco contam para os bancos.
    A ser verdade, será uma vergonha. Mais uma.

    • Gente sem vergonha há em tudo o lado – na banca, então!…
      De qualquer modo, o BdP não precisa de dizer não porque a própria lei proíbe qualqer cobrança de taxas por utilizar o MB.

  11. Pode parecer estranho mas, em determinadas razões, até poderia estar de acordo com os argumentos de alguns dos banqueiros portugueses quanto há isenção de custos no uso dos terminais do “Multibanco” ´(já não é gratuito para alguns comerciantes), nomeadamente por em muitos outros países da UE tal prática não é gratuita. Contudo, para estar completamente de acordo com esses argumentos, eu pergunto:
    – Estará a Estado português de acordo que seja idêntico em Portugal, relativamente a muitos países da UE, o imposto sobre os produtos petrolíferos e sobre a comercialização de automóveis, o IMI, etc., etc., etc.?
    Se sim, os banqueiros portugueses têm toda a razão. O maior problema disto tudo, é que nos “ludibriaram” com algumas regras da UE e nunca a UE é uma verdadeira União de Estados (nem sequer referendaram os portugueses se queriam ou não entrar para a então CEE e os nossos governantes decidiram por nós…….quem nos perguntou se qeriamos deixar a moeda “escudo” pela moeda “euro”?). TANTA HIPÓCRISIA!

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