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Banda Desenhada mostra “história comum” desconhecida da Galiza e do Norte de Portugal

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DR

BD Galiza - Norte de Portugal

Capa da banda desenhada “Das Origens à União Europeia, História da Eurorregião Galiza – Norte de Portugal”

Uma banda desenhada com 100 páginas, e apoiada por fundos europeus, conta a “história comum” do Norte de Portugal e da Galiza, para “dar a conhecer o que é mais desconhecido” e fortalecer os laços entre as duas regiões.

“Das Origens à União Europeia, História da Eurorregião Galiza – Norte de Portugal” é o título da banda desenhada lançada pelo Eixo Atlântico, associação transfronteiriça que integra as 39 principais cidades do Norte de Portugal e da Galiza, promovendo a cooperação numa região de 6,5 milhões de habitantes.

Trata-se da “terceira área metropolitana maior e mais povoada da Europa” depois das áreas metropolitanas de Londres e de Paris, segundo um documento do Eixo Atlântico.

Esta banda desenhada pretende contar a História das duas regiões da Península Ibérica, sempre tão próximas, não apenas geograficamente, desde os primeiros povoadores, em 300 mil Antes de Cristo (AC) até aos dias actuais.

Foi escrita pelo historiador Víctor Rodríguez que repara que “há uma história comum, um passado comum e um futuro também comum” entre estas duas regiões da Península Ibérica.

“Tentamos dar a conhecer o que é mais desconhecido que mostra a relação entre a Galiza e o Norte de Portugal”, nota o autor.

A banda desenhada (BD) é ilustrada por dois desenhadores galegos e dois portugueses, respectivamente Daniel Docampo, Daniel Correia, Norberto Fernández e Martim Cordovil.

O projeto foi co-financiada pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional FEDER, através do programa Interreg V-A España – Portugal (POCTEP) 2014-2020.

Dos primeiros povoadores à entrada na CEE

A BD, que pode ser descarregada aqui, está dividida em cinco partes que têm em conta a cronologia e os períodos históricos comuns entre as duas regiões.

O capítulo de abertura fala dos primeiros povoadores e da chegada do Cristianismo, num período que vai de 300 a 650 AC, referindo a presença dos romanos, com a construção de estradas e pontes, e dos povos bárbaros (suevos, vándalos e alanos).

O segundo capítulo foca-se nos tempos do Reino Visigodo, por volta do ano 700, e na invasão muçulmana da Península Ibérica, abordando-se ainda a descoberta da tumba de Santiago de Compostela. A guerra entre Portugal e Castela pela Galiza, bem como a consolidação do Reino da Galiza e a independência de Portugal são outros temas reportados.

Num terceiro capítulo, fala-se do período desde 1580 a 1974, com vários dos factos ocorridos na Eurorregião, desde as invasões de Napoleão até à guerra civil entre os liberais e os absolutistas portugueses. As ditaduras de Salazar e de Franco também são parte da história.

O quarto capítulo dedica-se ao período que vai da Revolução do 25 de Abril de 1974 em Portugal, até 2021, passando pela entrada na então CEE – Comunidade Económica Europeia – e pela abertura de fronteiras.

No quinto capítulo, são referidos os 30 anos de história do Eixo Atlântico, desde a sua fundação em 1992. A ideia é explicar “as actividades desenvolvidas pela entidade e a sua importância para a coesão do território em áreas como a cultura, o desporto e o turismo”, como frisa a associação transfronteiriça.

ZAP //

4 Comments

  1. Nunca tive dúvidas da comunidade galega, tanto que chamo à Galiza de Espanha, a Galiza de Cima e à portuguesa, a Galiza de Baixo. Por razões múltiplas, entre as quais a cultura, sempre preferi a Galiza de Cima. E cada vez mais, na medida da decadência da Galiza de Baixo.

  2. Interessante: dá que pensar a nível cultural. Já a nível de fronteiras e de antiguidade no mundo, aí as coisas são diferentes. Portugal deixaria de ter as fronteiras mais antigas da Europa; Por outro lado, deixaria de ser, salvo erro, o 12º país mais antigo do Mundo (julgo que é a Etiópia, o país mais antigo do Mundo).

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