O Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, decidiu esta quarta-feira subir as taxas de juro de referência em 0,25 ponto percentual, o primeiro aumento desde 2006.
Após uma reunião de dois dias, o Fed indicou que os juros básicos norte-americanos, que estavam próximos de zero, vão subir “gradualmente” a partir de agora.
Desde dezembro de 2008, no início da crise provocada pelo estourar da bolha imobiliária nos Estados Unidos, os juros básicos estavam numa faixa entre 0% e 0,25% ao ano, no nível mais baixo da história. As taxas foram reduzidas para estimular a economia norte-americana naquela altura.
Nos anos seguintes, o Fed promoveu injeções de dólares na economia mundial. No auge do programa, a autoridade monetária norte-americana chegou a injetar 85 mil milhões por mês através da compra de títulos públicos.
Os estímulos monetários começaram a ser reduzidos em dezembro de 2013, dando início a um ciclo de alta do dólar em todo o mundo. As ajudas foram eliminadas em setembro de 2014.
Desde o encerramento do programa de estímulo monetário, o sistema financeiro esperava o momento em que o Fed voltaria a aumentar os juros. Inicialmente previsto para meados deste ano, o reajuste da taxa básica norte-americana foi adiado várias vezes por causa de números conflitantes sobre a recuperação da maior economia do planeta.
Juros mais altos nos Estados Unidos atraem dinheiro para economias avançadas, provocando a fuga de capitais financeiros de países emergentes, como os BRICS.
De acordo com o jornal The New York Times, a elevação da taxa de juros significa um voto de confiança na economia norte-americana num momento em que muitos países ainda lutam para superar a crise na economia global.
O comunicado do Fed cita a força do crescimento do emprego e o contexto de expansão, ainda que moderado, como evidência de que a economia norte-americana não precisa de mais a ajuda de empréstimos com juros extremamente baixos.
Em outubro, o Departamento do Comércio informou que o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu à taxa anual de 1,5% no terceiro trimestre de 2015.
ZAP / Agência Brasil