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Banca empresta 475 milhões para Fundo de Resolução pagar ao Novo Banco

António Cotrim / Lusa

O sindicato bancário, composto por sete bancos, vai proceder ao financiamento do Fundo de Resolução para este cumprir a injeção de capital no Novo Banco já na próxima semana.

O Jornal Económico avança, esta sexta-feira, que o sindicato bancário vai concretizar o financiamento ao Fundo de Resolução (FdR) já na próxima semana.

Segundo o diário, é também até ao final da próxima semana que o Fundo de Resolução concretiza a injeção do capital no Novo Banco, ultrapassando o prazo de 30 dias decorridos desde o pedido feito pelo banco ao FdR.

O valor a emprestar ao Fundo de Resolução é de 475 milhões de euros e o arranjo final passa pela abertura de uma linha de crédito nesse montante, que poderá não ser utilizada na totalidade, dependente de como for feita a transferência em termos orçamentais.

O Expresso explica que ficará disponível uma parcela, dando folga para eventuais derrotas do Fundo de Resolução nos conflitos com o banco de que tem 25% do capital.

Ainda de acordo com o semanário, não há garantia do Estado nesta linha de financiamento. Há ainda pormenores a ser ultimados, como os juros a cobrar pelos bancos, sendo que serão indexados à evolução das Obrigações do Tesouro a cinco anos, a que acrescem 0,15 pontos percentuais, salvaguardando que nunca haverá juros abaixo de zero.

As condições são revistas dentro de cinco anos e o Fundo tem de reembolsar os bancos até 2046. As condições são idênticas às do crédito de 700 milhões de euros concedido em 2014, que serviu para a capitalização inicial do Novo Banco.

Jerónimo atira-se ao PS, PSD e CDS

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou esta quinta-feira que o relatório da auditoria do Tribunal de Contas sobre o Novo Banco demonstra que a resolução e a privatização do Banco Espírito Santo (BES) não acautelaram o interesse público.

“A divulgação deste relatório vem contribuir para desmistificar a ideia de que as verbas do Fundo de Resolução não constituiriam recursos públicos, mas sim recursos do sistema financeiro”, disse, considerando “inaceitável” ser o povo português a suportar os custos da resolução do banco.

“Contrariamente ao que nos foi dito pelos governos PSD/CDS e PS, estamos perante a utilização de dinheiros públicos, como o PCP sempre afirmou, já cifrados em perto de oito mil milhões de euros. E, como se não bastasse, temos a administração do Novo Banco a banquetear-se com dois milhões de euros de prémios. Um escândalo”, frisou.

Jerónimo de Sousa falava a centenas de pessoas na placa central da avenida Luísa Todi, em Setúbal, na apresentação dos candidatos da CDU à presidência do município sadino, André Martins, do PEV, e à Assembleia Municipal, Manuel Pisco, do PCP.

ZAP // Lusa

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