Whisper, uma baleia-branca de 20 anos, deu à luz uma cria saudável em 17 de maio após uma gravidez de 15 meses, marcando a chegada do mais novo cetáceo do Georgia Aquarium, numa altura em que a instalação permanece fechada devido à pandemia de covid-19.
A cria, que ainda não recebeu um nome, nasceu com cerca de 79 quilogramas e 1,80 metros de comprimento. “Estamos muito orgulhosos de Whisper e muito felizes em receber a sua cria na família do Aquário da Geórgia”, disse Dennis Christen, diretor sénior de operações zoológicas, mamíferos e aves do Georgia Aquarium, em comunicado. “Estaremos ao lado da cria enquanto continua a crescer e aprender com Whisper”.
As notícias da gravidez de Whisper foram anunciadas em janeiro e os momentos finais dos bastidores da jornada da nova mãe foram mostrados num episódio especial de The Aquarium, do Animal Planet. A baleia-branca vive no Georgia Aquarium, que é dito ser o maior aquário do mundo, com mais de trinta mil metros cúbicos de água doce e salgada.
Nos meses seguintes às paralisações mundiais e às medidas de distanciamento, o aquário ajustou os seus planos para proteger a equipa e garantir o parto seguro de Whisper. Equipas diferentes estavam encarregues de várias funções de resposta, como equipar-se com equipamento de mergulho, caso a cria precisasse de assistência durante o parto.
A meio do trabalho de parto, Whisper parou de nadar, levando uma equipa de cuidadores a administrar ocitocina para ajudar a estimular as contrações.
Logo depois, a cria foi vista a imitar os movimentos da mãe. Depois de mais alguns empurrões, a cria emergiu e respirou pela primeira vez na superfície, nadando e aconchegando-se emm Whisper.
As baleias-brancas são normalmente encontradas nas águas do Ártico e são consideradas pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) como uma espécie de “menor preocupação”. O nascimento marca um “evento raro”, uma vez que apenas uma cria nasceu nos últimos três anos num aquário.
“Este nascimento é importante não só para o Georgia Aquarium, mas para todas as instalações zoológicas credenciadas. A nossa esperança é sustentar a população de baleias-brancas na América do Norte para que as gerações futuras possam aprender sobre elas”, disse Eric Gaglione, vice-presidente de operações zoológicas do Georgia Aquarium. “Durante a gravidez de Whisper, rastreámos dados importantes sobre a gestação das baleias-brancas que, esperançosamente, poderiam levar a decisões informadas sobre conservação das baleias e das suas crias na natureza”.
Após o longo trabalho de parto, as duas baleias estão a descansar e passar tempo juntas. A equipa do aquário diz que irá monitorizá-las constantemente durante as próximas semanas.
“A nossa equipa de saúde animal continua a monitorizar Whisper e a sua cria. As próximas semanas são importantes para o desenvolvimento da cria e há marcos a serem cumpridos, por isso estamos a dar à mãe e à filha todo o apoio e tempo que precisam”, disse Tonya Clauss, vice-presidente de saúde animal e ambiental do Georgia Aquarium.
Atualmente, não há leis federais contra manter baleias em cativeiro nos Estados Unidos, embora tenha sido proibido na Carolina do Sul desde os anos 80 e no Maui desde 2002. Em 2019, o Canadá aprovou o que é conhecido como projeto de lei “Willy Livre” para encerrar o processo de exploração de baleias e golfinhos em cativeiro, juntando-se a muitos países em todo o mundo que proibiram a prática, incluindo Índia, Reino Unido, Costa Rica, Bolívia, Chile, Nicarágua, Brasil, Luxemburgo, Croácia, Chipre, Grécia, Hungria e Eslovênia.
