Bala foi “plantada” em casa de Rosa Grilo e baralha o julgamento

António Pedro Santos / Lusa

Rosa Grilo (D), mulher e suspeita no envolvimento na morte do triatleta Luís Grilo, à chegada ao Tribunal de Vila Franca de Xira

As perícias realizadas pela Polícia Judiciária (PJ) concluíram que a bala encontrada na casa de banho da casa de Rosa Grilo foi ali “plantada”, não tendo nada a ver com a morte de Luís Grilo. O Tribunal procura, agora, perceber quem colocou a bala no local e com que intenção.

A bala foi encontrada por uma empresa de consultadoria forense que foi contratada pela defesa de Rosa Grilo para fazer novas buscas à casa onde ela vivia com Luís Grilo e que terá sido palco do homicídio do triatleta.

O projéctil foi encontrado na banheira de uma das casas de banho da habitação. Uma outra bala foi encontrada no arranque das investigações policiais, acreditando-se que essa possa corresponder ao tiro que matou Luís Grilo.

As novas perícias realizadas pela PJ à casa concluíram que a segunda bala encontrada foi ali plantada, correspondendo a um “disparo [que] foi efectuado recentemente”, conforme refere o Correio da Manhã (CM) que teve acesso a dados do processo. Os exames finais ainda estarão a decorrer, mas a juíza do caso já terá afastado qualquer ligação ao homicídio de Luís Grilo.

A magistrada decidiu também extrair processos autónomos para averiguar quem fez o disparo desta segunda bala e com que intuito. Admite-se que o objectivo possa ter sido baralhar o julgamento.

A defesa de Rosa Grilo já veio salientar que não tem qualquer “interesse” no novo vestígio, mas a advogada Tânia Reis solicitou ao Tribunal para exumar os restos mortais de Luís Grilo, no sentido de fazer novas perícias. Um pedido que foi rejeitado.

Entretanto o ex-inspector da PJ João de Sousa, contratado como consultor pela defesa de Rosa Grilo, alega que a “causa da morte de Luís Grilo não foi o ou os disparos, mas sim uma agressão violenta na zona do pescoço, provavelmente um mata-leão”, como salientou Tânia Reis aos jornalistas, segundo citação do CM.

O Tribunal não aceitou, contudo, ouvir João de Sousa.

Do lado da defesa de António Joaquim, o amante de Rosa Grilo, o advogado alega que a sua arma não foi usada para matar o triatleta.

Com os dados baralhados e com a acusação a atribuir a Rosa Grilo a autoria isolada da morte do marido, o desfecho do caso é uma incógnita. A sentença vai ser lida a 3 de Março próximo.

ZAP //

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