Bagaço de maçã pode ajudar a diminuir o uso de combustíveis fósseis

É a conclusão de um estudo realizado no Brasil. Nova técnica utiliza algo que era lixo para produzir energia limpa.

O bagaço de maçã costuma ir para o lixo. Em resumo.

A maçã é uma das frutas mais consumidas no planeta é igualmente uma das que produzem mais lixo para o planeta.

Há subprodutos da maçã que não são reaproveitados na indústria alimentar e acabam por ser descartados, explica o The Greenest Post.

Até que cientistas das universidades Estadual de Campinas (Unicamp) e Federal do ABC (UFABC) conseguiram utilizar bagaço de maçã para produzir biocombustível.

O estudo foi publicado na revista Biomass Conversion and Biorefinery e encaixa no conceito economia circular: reduzir custos, encerrar ciclos de produção de resíduos e reutilização e reciclagem de bioenergia e biomateriais.

A equipa brasileira explica que utilizou uma tecnologia de digestão anaeróbia a seco em modo semi-contínuo.

A digestão anaeróbia é um processo microbiológico que envolve consumo de nutrientes e produção de metano.

Os parâmetros operacionais, ácidos graxos voláteis, comunidade microbiana e produção de biocombustível foram avaliados durante 40 dias de digestão.

Os resultados mostraram um rendimento de 36,61 litros de metano por quilo de sólidos removidos, o que pode gerar 1,92 quilowatt-hora de eletricidade e 8,63 megajoules de calor por tonelada de bagaço de maçã.

A bioenergia recuperada poderia suprir 19,18% de electricidade e 11,15% de calor do reactor anaeróbio utilizado no processo de bio-refinaria anaeróbia projectada.

A emissão evitada de gases de efeito estufa gerados pelo biocombustível representou 0,14 quilograma de dióxido de carbono (CO2) equivalente de eletricidade e 0,48 kg de CO2 equivalente de calor por tonelada de bagaço de maçã.

Em conclusão, a digestão anaeróbia (não precisa de oxigénio) parece ser promissora para a utilização do bagaço de maçã, diminuindo as emissões de gases de efeito estufa e contribuindo para a transição da economia circular da indústria de processamento de maçã.

“A bio-refinaria com tecnologia de digestão anaeróbia gera energia eléctrica e térmica, reduz emissões de gases de efeito estufa e valoriza o resíduo, convertido em adubo orgânico”, explica Tânia Forster Carneiro, no portal Canal Rural.

ZAP //

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