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As bactérias formam comunidades na nossa língua (e uma imagem revela como)

Steven Wilbert e Gary Borisy / Forsyth Institute

Cientistas norte-americanos descobriram que as bactérias que vivem na nossa língua têm uma organização complexa e altamente estruturada.

Os micro-organismos estão em toda a parte – até no interior da nossa boca. Um novo estudo revela agora que, ao contrário do que poderíamos pensar, as bactérias não estão misturadas aleatoriamente na nossa língua. Estes meticulosos micro-organismos preferem viver perto da sua própria espécie, separando-se em grupos distintos.

Uma equipa de cientistas analisou amostras de 21 participantes saudáveis e identificaram 17 géneros bacterianos abundantes na língua, que estavam presentes em mais de 80% dos indivíduos. A fotografia que ilustra este artigo mostra um biofilme bacteriano raspado da superfície de uma língua.

As cores indicam o tecido epitelial humano que forma um núcleo central (mais cinzento) e bactérias distintas. As Actinomyces (vermelho) ocupam uma região próxima ao núcleo, enquanto que os estreptococos (verde) localizam-se numa crosta externa.

Outras categorias de bactérias (Rothia, a ciano; Neisseria, a amarelo; Veillonella, a magenta) estão presentes em aglomerados e faixas que sugerem crescimento da comunidade para fora do núcleo central.

“As bactérias na língua são muito mais do que apenas uma pilha aleatória. São mais parecidas com um órgão do nosso corpo”, disse Gary Borisy, do Forsyth Institute e da Harvard School of Dental Medicine.

A língua é particularmente importante porque abriga um grande reservatório de micro-organismos, explica o Science Daily.

Além disso, “é um ponto de referência tradicional na medicina: ‘mostre a língua’ é uma das primeiras coisas que um médico diz”, acrescenta Jessica Mark Welch, ecologista microbiana do Marine Biological Laboratory e coautora do artigo científico, publicado recentemente na Cell Reports.

Esta é a primeira vez que os cientistas conseguem observar as comunidades microbianas da língua com tanto detalhe. Ver onde as diferentes espécies se reúnem e como se organizam pode revelar muito mais sobre como as bactérias funcionam e como interagem umas com as outras.

ZAP //

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