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Ataque mais mortífero. Aviões israelitas lançam novos bombardeamentos em Gaza

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Mohammed Saber / EPA-EFE

Este domingo foi o dia mais mortal. O exército israelita voltou a fazer dezenas de ataques na Faixa de Gaza, enquanto grupos armados disparavam foguetes contra Israel.

Este domingo, ataques aéreos israelitas à cidade de Gaza destruíram três edifícios e mataram pelo menos 42 pessoas, segundo médicos palestinianos, naquele que foi o ataque mais mortífero da mais recente escalada de violência no Médio Oriente.

Apesar de o balanço de vítimas e dos esforços internacionais de mediação para um cessar-fogo, Benjamin Netanyahu assegurou que a campanha militar irá continuar. Num discurso televisivo, o primeiro-ministro israelita disse que os ataques prosseguiriam com “força total” e que “levariam tempo”.

O Hamas também prosseguiu, lançando foguetes a partir de áreas civis em Gaza em direção a áreas civis em Israel. Um deles atingiu uma sinagoga na cidade meridional de Ashkelon horas antes dos serviços noturnos para o feriado judeu de Shavuot, disseram os serviços de emergência israelitas. Não foram relatados quaisquer feridos.

No ataque aéreo israelita, várias pessoas ficaram soterradas sob os escombros dos edifícios atingidos durante a madrugada.

As hostilidades entre as duas partes escalaram repetidamente durante a última semana, marcando os piores combates no território, que alberga dois milhões de palestinianos, desde a guerra de 2014 entre Israel e o Hamas.

“Não vi este nível de destruição durante os meus 14 anos de trabalho, nem mesmo na guerra de 2014″, disse Samir al-Khatib, um trabalhador de emergência em Gaza, citado por agências internacionais.

O ministério da Saúde de Gaza anunciou que 16 mulheres e 10 crianças estavam entre os mortos e que mais de 50 pessoas ficaram feridas.

Segundo um porta-voz do exército israelita, os ataques visaram infraestruturas militares subterrâneas do Hamas, que “ruíram, causando o colapso das fundações de casas civis que estavam acima delas, levando a baixas involuntárias”.

Entre os mortos estará o chefe do departamento de medicina interna do Hospital Shifa e membro do comité de gestão do coronavírus, enquanto os seus dois filhos adolescentes e outros dois membros da família ficaram debaixo dos escombros.

A mais recente onda de violência começou em Jerusalém Oriental no mês passado, quando palestinianos entraram em confrontos com a polícia em resposta às operações policiais israelitas durante o Ramadão e à ameaça de despejo de dezenas de famílias palestinianas por colonos judeus.

Um dos focos dos confrontos foi a Mesquita Al-Aqsa, um ponto de tensão frequente localizado no topo de uma colina, venerada tanto por muçulmanos como por judeus.

O Hamas começou a disparar foguetes contra Jerusalém na segunda-feira, desencadeando o assalto israelita a Gaza. Pelo menos 200 palestinianos foram mortos nas centenas de ataques aéreos em Gaza, incluindo 59 crianças e 33 mulheres, e 1.305 pessoas ficaram feridas.

Oito pessoas em Israel foram mortas em alguns dos 3.100 ataques com foguetes lançados a partir de Gaza, incluindo um rapaz de 5 anos e um soldado.

O Hamas e a Jihad Islâmica reconheceram que 20 combatentes foram mortos. Israel diz que o número real é muito superior e divulgou os nomes e fotos de 24 alegados operacionais que diz terem sido “eliminados”.

O ataque deslocou cerca de 34.000 palestinianos das suas casas, segundo disse o enviado ao Médio Oriente das Nações Unidas, Tor Wennesland, numa reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde oito ministros dos Negócios Estrangeiros falaram sobre o conflito.

Os esforços da China, Noruega e Tunísia para levar o organismo da ONU a emitir uma declaração, incluindo um apelo à cessação das hostilidades, foram bloqueados pelos Estados Unidos, que, segundo os diplomatas, está preocupado com a possibilidade de estar interferir com os esforços diplomáticos para pôr termo à violência.

Joe Biden está a enfrentar uma cisão furiosa dentro do seu próprio partido, levando os democratas a questionar o compromisso do Presidente com os direitos humanos e exigindo que faça mais para pressionar Israel.

De acordo com a CNN, a intensificação da violência em Israel assumiu uma nova urgência na Casa Branca, à medida que Biden e os seus assessores estão cada vez mais preocupados com o aumento do número de civis mortos.

Este domingo, o Ministro dos Negócios Estrangeiros palestiniano, Riad Al-Malki, exortou o Conselho de Segurança a tomar medidas para pôr fim aos ataques israelitas.

Já o embaixador da ONU em Israel, Gilad Erdan, instou o Conselho a condenar os ataques “indiscriminados e não provocados” do Hamas.

Os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas estiveram reunidos, na tarde deste domingo, por videoconferência, mas, apesar da escalada, não foi emitida qualquer declaração após o encontro.

António Guterres, secretário-Geral das Nações Unidas, pediu o fim do conflito, alertando que pode tornar-se uma crise “descontrolada”, tanto do ponto de vista humanitário como de segurança, e afetar todo o Médio Oriente.

O antigo primeiro-ministro português falou numa “carnificina” e hostilidades “terríveis”, deixando mais distante a possibilidade de “qualquer esperança de coexistência e paz”, escreve o Observador.

Mais tarde, no Twitter, escreveu: “A atual violência em Gaza e Israel apenas perpetua os ciclos de morte, destruição e desespero. O conflito tem de terminar imediatamente. As Nações Unidas estão a envolver todas as partes com vista a um cessar-fogo imediato”.

Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia, convocou para terça-feira uma reunião de emergência dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 para discutir a escalada da violência entre Israel e palestinianos.

“Tendo em conta a escalada em curso entre Israel e Palestina e o número inaceitável de vítimas civis, convoquei uma videoconferência extraordinária dos Ministros das Relações Exteriores da UE para terça-feira”, escreveu na mesma rede social. “Vamos coordenar e discutir a melhor forma de a UE contribuir para acabar com a violência atual.”

ZAP // Lusa

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8 Comments

  1. Ai disparam mísseis de zonas civis e depois queixam-se que é lá que caem as bombas? Está bem… Hipocrisia muçulmana, que ajudou na forma de protestos por essa Europa fora a mostrar o quão colonizados já estamos.

      • Não, o problema está em que quando os palestinianos entendem que devem atacar Israel mandam bombas sobre as cidades sem olhar a locais, o importante para eles é matar israelitas embora a comunicação internacional não faça referência a esta forma de atuação, os israelitas têm todo o direito a se defender e até procuram alvos militares, outros até avisam com antecedência para se afastarem e não me admira até que os guerreiros palestinianos utilizem civis como forma de se vitimizarem. Israel ao ser atacado até lhe dá o direito de entrar no campo inimigo e ocupar o terreno caso a vitória seja sua, sempre assim foi em qualquer guerra em qualquer parte do mundo; portanto lamentando a morte de inocentes eles são vítimas dos seus próprios chefes fanáticos religiosos.

        • abre a pestana. Tudo começou com + ocupação de Israel. + colonatos.
          Israel é um Estado acima do direito internacional. Se o povo e o mestre de Avis fossem como tu, há muito que estávamos a hablar….

          • Tudo começou muito antes e sempre foi a ideia dos muçulmanos exterminarem o povo de Israel, saíu-lhes o tiro pela culatra, Israel como vencedor ocupou alguns territórios e mesmo assim eles vão insistindo na provocação, pois não aprenderam a lição. Os judeus têm como qualquer outro povo o direito a existir e em paz, tal como os catalães, bascos e galegos, estes sim, atacados e ocupados!

  2. O Hamas é um bando de terroristas cobardes que usam os civis como escudo humano para se protegerem e atacar Israel. Misturam-se com os civis e depois quando Israel os ataca, há danos colaterais causando a morte de inocentes. No entanto, Israel também tem um comportamento execrável para com o povo palestiniano, porque os oprime e não têm qualquer respeito por eles. Depois o Hamas vinga-se como pode. Israel tem as costas quentes, pois enquanto que tiver os EUA a apoiá-los nas suas ações, não vale a pena vir o Presidente António Guterres pedir para que cessem as hostilidades. O Presidente da ONU, seja ele qual for, é uma figura meramente decorativa, não tem poder absolutamente nenhum, pois quem manda são os EUA e a Rússia quando se trata de defender os seus supremos interesses.

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