O Egito abriu este sábado a fronteira terrestre com Gaza e enviou 10 ambulâncias para o enclave palestiniano para transportar para os hospitais egípcios palestinianos que ficaram feridos nos bombardeamentos israelitas, indicaram responsáveis médicos.
Segundo o mais recente balanço das autoridades palestinianas, 174 pessoas morreram, incluindo 41 crianças, e cerca de 1.100 ficaram feridas em ataques aéreos e bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza desde segunda-feira.
A passagem de Rafah, aberta excecionalmente pelo Egito para a entrada das ambulâncias na Faixa de Gaza, não é controlada por Israel, que impôs um bloqueio ao enclave palestiniano há cerca de 15 anos.
Por norma, esta passagem fronteiriça está encerrada aos feriados, incluindo a Eid al-Fitr, a celebração muçulmana que marca o fim do jejum do Ramadão e que começou na quarta-feira.
Israel bombardeou Gaza em resposta a mísseis lançados pelo movimento islamita Hamas (que controla o enclave palestiniano) em “solidariedade” com centenas de palestinianos feridos nos confrontos com a polícia israelita na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, setor palestiniano ocupado por Israel e o terceiro lugar sagrado do islão junto ao local mais sagrado do judaísmo.
Militares israelitas disseram ter bombardeado a casa de Khalil al-Hayeh, um dos líderes do Hamas, movimento que governa na Faixa de Gaza, alegando que a casa servia como parte do que classificaram como a “infraestrutura terrorista” do grupo.
O Estado hebreu contabiliza, por sua vez, 10 mortos, incluindo uma criança e um soldado, em resultado dos mísseis lançados pelos palestinianos. Os atuais combates são considerados os mais graves desde 2014.
Ao lançamento maciço de mísseis por grupos armados em Gaza em direção a Israel opõe-se o bombardeamento sistemático por forças israelitas contra a Faixa de Gaza. O conflito israelo-palestiniano remonta à fundação do Estado de Israel, cuja independência foi proclamada em 14 de maio de 1948.
Estados Unidos emitem aviso a Israel
A Casa Branca advertiu Israel de que garantir a segurança dos jornalistas é “primordial”, após uma investida israelita ter destruído um edifício em Gaza onde funcionava a agência de notícias Associated Press, que ficou “chocada e horrorizada” com o ataque.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falou este sábado com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e com o Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, após um ataque israelita que destruiu o edifício que albergava a Associated Press em Gaza.
De acordo com uma declaração do gabinete do primeiro-ministro israelita, durante a conversa, Benjamin Netanyahu “sublinhou que Israel estava a fazer tudo para evitar atacar pessoas não envolvidas no conflito”, insistindo que a retirada de pessoas do edifício, “onde havia alvos terroristas”, tinha sido organizada antes do ataque.
“Dissemos diretamente aos israelitas que garantir a segurança dos jornalistas e dos meios de comunicação independentes é uma responsabilidade extremamente importante”, tinha escrito anteriormente na rede social Twitter a porta-voz da administração norte-americana, Jen Psaki.
De acordo com repórteres da Agência France Presse (AFP) no local, a torre de 13 andares, que também albergava a estação de televisão do Qatar Al-Jazeera, foi destruído por vários mísseis israelitas.
“Estamos chocados e horrorizados com o facto de o exército israelita ter como alvo e destruir o edifício que alberga o escritório da Associated Presse (AP) e outros meios de comunicação em Gaza”, disse o chefe da AP, Gary Pruitt, numa declaração.
“Há muito que conhecem a localização do nosso escritório e sabiam que os jornalistas estavam lá. Fomos avisados de que o edifício seria atingido”, acrescentou.
Os militares israelitas disseram que equipamentos de “inteligência militar” do Hamas, o movimento islamita dominante no enclave, estavam no edifício visado.
Também o Presidente norte-americano fez a sua primeira chamada telefónica desde que tomou posse para o Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, de acordo com o seu gabinete em Ramallah, na Cisjordânia
O porta-voz da presidência palestiniana, Nabil Abu Rudeinah, disse à AFP que o telefonema foi “importante”, mas não divulgou o conteúdo preciso da conversa.
Ministros da UE reúnem-se de emergência na terça-feira
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, convocou para terça-feira uma reunião de emergência dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) por videoconferência para discutir a escalada da violência entre Israel e palestinianos.
“Tendo em conta a escalada em curso entre Israel e a Palestina e o número inaceitável de vítimas civis, convoco uma videoconferência extraordinária dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE para terça-feira”, escreveu Josep Borrell na sua conta na rede social Twitter.
Segundo o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, os ministros irão “coordenar e discutir a maneira como a UE pode contribuir para pôr fim à violência atual”.
A União Europeia diz que Borrell tem feito esforços diplomáticos “intensos” para tentar ajudar a apaziguar a tensão entre israelitas e palestinianos, com contactos com dirigentes de ambos os lados do conflito e com os principais diplomatas dos países vizinhos.
“A prioridade e a mensagem da UE neste contexto são claras: a violência deve parar imediatamente”, disseram no sábado os serviços diplomáticos da UE em comunicado.
ZAP // Lusa
Quem diria! Joe Biden a apoiar o fascista Benjamin Netanyahu.