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Investigação confirma que avião ucraniano foi abatido por dois mísseis iranianos

Abedin Taherkenareh / EPA

Queda de um Boeing 737-800 no Irão

Um relatório de investigação preliminar da Organização de Aviação Civil Iraniana (CAO) acaba de confirmar que foram lançados dois mísseis contra o Boeing 737 da Ukraine International Airlines, abatido a 8 de janeiro pelas forças armadas iranianas.

Dois mísseis iranianos foram lançados contra o Boeing 737 da Ukraine International Airlines a 8 de janeiro, concluiu o relatório de investigação preliminar da Organização de Aviação Civil Iraniana (CAO). “Os investigadores acederam a informações e descobriram que dois mísseis M1-TOR foram disparados contra o avião”, refere o documento.

Depois de três dias de desmentidos, as Forças Armadas iranianas reconheceram, a 11 de janeiro, ter abatido “por erro” o Boeing 737 da Ukraine International Airlines alguns minutos depois de ter levantado voo de Teerão.

Todos os 176 ocupantes do avião, na maioria iranianos e canadianos, morreram. No domingo, os corpos das 11 vítimas ucranianas do acidente, entre as quais os nove membros da tripulação, foram repatriados para Kiev.

O acidente ocorreu horas depois do lançamento de 22 mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de vingança pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.

Na segunda-feira, Kiev assumiu que vai insistir para que Teerão lhe entregue as ‘caixas negras’ do avião comercial ucraniano abatido pelo Irão, indicou a diplomacia ucraniana.

O ministro dos Transportes iraniano, Mohammad Eslami, chegou à Ucrânia, na segunda-feira, para “apresentar desculpas oficiais” e Kiev espera poder “discutir problemas práticos, como a devolução das caixas negras”, indicou à imprensa o chefe da diplomacia ucraniana, Vadym Prystaiko.

“Exigimos que estas caixas nos sejam entregues, é deste modo que o Irão vai provar estar disposto a um diálogo aberto e a uma investigação imparcial”, adiantou o ministro.

Na sexta-feira, Vadym Prystaiko tinha assegurado que Teerão “estava pronto” para entregar a Kiev as caixas negras do Boeing ucraniano, mas o Irão recuou.

“Vamos tentar decifrar as caixas negras no Irão e depois as nossas opções são a Ucrânia e a França. Mas no momento não planeamos enviá-las para outro país”, indicou o diretor do gabinete de investigação da organização iraniana da aviação civil, Hassan Rezayifar, citado pela agência iraniana IRNA.

ZAP // Lusa

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