Avião com 72 pessoas despenhou-no no Nepal

Pelo menos 67 pessoas morreram na sequência da queda de um avião de passageiros que se despenhou hoje com 72 pessoas a bordo em Pokhara, uma cidade turística no centro do Nepal, avançaram as autoridades.

Segundo um alto funcionário administrativo no distrito de Kaski, citado pela agência Associated Press (AP), as equipas de resgate estão a percorrer o local do acidente, perto do Aeroporto Internacional de Pokhara, e preveem encontrar mais corpos.

Já o vice-inspetor da Polícia nepalesa, Rudra Thapa, citado pelo jornal Kathmandu Post, refere que as autoridades nepalesas recuperaram pelo menos 67 corpos após o acidente com um avião da Yeti Airlines, avança a agência espanhola EFE.

De acordo com dados avançados pela Yeti Air lines ao Kathmandu Post, a aeronave transportava 68 passageiros e quatro tripulantes.

O primeiro-ministro do Nepal, Pushpa Kamal Dahal, disse que o avião tinha partido da capital, Katmandu, e operava uma rota doméstica com destino a Pokhara e apelou aos profissionais de segurança e ao público em geral que ajude nos esforços de resgate.

Pokhara, localizada a 200 quilómetros a oeste de Katmandu, é a porta de entrada para o Circuito de Annapurna, um trilho de caminhada popular nos Himalaias.

Imagens e vídeos partilhados no Twitter mostraram nuvens de fumo no local do acidente, enquanto equipas de resgate e grandes grupos de pessoas se acumulavam em torno dos destroços da aeronave. Soldados nepaleses também estão envolvidos nos esforços de resgate no local do acidente.

Histórico de acidentes

Ainda não é claro o que terá causado a queda do avião, sendo que o Nepal tem um histórico irregular de segurança aérea.

Este não foi o primeiro incidente do género nos últimos anos no Nepal, país com clima imprevisível e com pistas de aterragem em locais montanhosos.

No ano passado, 25 pessoas morreram quando um avião caiu numa montanha no Nepal. Em 2018, um avião de passageiros da US-Bangla, do Bangladesh, despenhou-se quando aterrava em Katmandu, matando 49 das 71 pessoas a bordo.

Em 2016, uma Tara Airlines Twin Otter voando na mesma rota despenhou-se após a descolagem, matando as 23 pessoas a bordo.

Em 2014, um avião da Nepal Airlines, que voava de Pokhara para Jumla, despenhou-se, matando todas as 18 pessoas a bordo. Já em 2012, na mesma rota, um avião da Agni Air despenhou-se, matando 15 pessoas; seis sobreviveram.

Em 1992, todas as 167 pessoas a bordo de um avião da Pakistan International Airlines morreram perto de Katmandu, no acidente aéreo mais mortífero da história do Nepal.

A indústria aérea do Nepal cresceu nos últimos anos, transportando mercadorias e pessoas para áreas de difícil acesso, bem como caminhantes e alpinistas estrangeiros.

No entanto, o setor tem tido problemas de segurança devido à falta de formação dos pilotos e manutenção dos aviões.

Desde 2013 que a União Europeia proíbe as companhias aéreas do Nepal de aceder ao espaço aéreo europeu, por razões de segurança.

Na lista das companhias aéreas mais seguras do mundo, numa escala que avaliou 407 companhias aéreas com notas de até 7 estrelas, apenas 10 companhias têm uma estrela, a nota mais baixa — todas no Nepal, Indonésia e Suriname.

O país dos Himalaias tem ainda algumas das rotas mais isoladas e complexas do mundo, ladeadas por picos cobertos de neve que desafiam mesmo os pilotos experientes.

Pilotos dizem que o Nepal carece também de infraestruturas para fazer previsões meteorológicas precisas, especialmente em áreas remotas com terreno montanhoso acidentado onde o clima muda rapidamente.

ZAP // Lusa

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