As chaves do autocarro da equipa desapareceram, foi preciso arrombar o Estádio para receber o jogo com o Benfica e o encontro da penúltima jornada da Liga começou com os jogadores parados em protesto contra a situação que se vive no Desportivo das Aves. A meio do desafio com os encarnados, descobriu-se que o troféu da Taça de Portugal desapareceu.
A situação que se vive no Desportivo das Aves é quase inacreditável. O clube tem salários em atraso há três meses e o jogo contra o Benfica, da penúltima jornada da Liga, esteve em risco de não se realizar.
A falta de pagamento do seguro impedia a realização do desafio. À última hora, arranjou-se o dinheiro, com o presidente do clube, António Freitas, a assumir a conta, o que permitiu a realização dos testes à covid-19 obrigatórios e, consequentemente, a realização da partida.
Mas esse acabou por ser apenas um dos problemas do Aves. Antes da recepção ao Benfica, as chaves do autocarro da equipa desapareceram depois de os médicos do clube terem sido despedidos por telefone.
Os jogadores do clube tiveram que ir para o Estádio a pé, nos seus carros ou de táxi. Mas à chegada, as portas do Estádio estavam fechadas a cadeado.
Assim, foi necessário que o advogado do clube pedisse “uma autorização a um juiz que a passou em tempo útil de a GNR chegar e rebentar as fechaduras“, como relata o Tribuna Expresso.
Para lá disso, os balneários das duas equipas “encontravam-se desarrumados” e foi preciso garantir “a presença de um polícia de piquete junto ao gerador, para prevenir azares inesperados – como a quebra da luz”, relata ainda o Tribuna Expresso.
O jogo com o Benfica acabou por começar com um minuto de protesto dos jogadores do Aves que ficaram imóveis, manifestando o desagrado com a situação do clube e com os salários em atraso.
Os suplentes do Aves ficaram abraçados junto à equipa técnica e os jogadores do Benfica limitaram-se a trocar a bola, em solidariedade para com os rivais, acabando a aplaudir os adversários.
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Entretanto, durante o jogo, descobriu-se que o troféu da Taça de Portugal, conquistado pelo Aves em 2018, na final contra o Sporting, sumiu da estante onde se encontrava. E não se sabe onde se encontra.
“Destruição de um clube com 90 anos”
Os guarda-redes Quentin Beunardeau e Raphael Aflalo, o defesa Jonathan Buatu, os médios Aaron Tshibola, Estrela e Pedro Delgado e os avançados Kevin Yamga e Welinton Júnior já entregaram cartas de rescisão à administração da SAD do Aves que é liderada pelo empresário chinês Wei Zhao, após ter vencido o terceiro mês seguido de salários em atraso.
O avançado iraniano Mohammadi já não tem treinado no clube e não foi opção para o jogo com o Benfica. A sua transferência poderia ser um bom negócio para a SAD, mas avizinha-se que seja “mais um pesadelo”, como vinca O Jogo.
A accionista minoritária da SAD do Aves, Estrela Costa, que é gestora da Sociedade, será proprietária de parte do passe de Mohammadi, como nota aquele desportivo.
“Nem sei se ela [Estrela Costa] já o vendeu”, acusou António Freitas numa conferência de imprensa.
O presidente do Aves considera que Estrela Costa “tem de ser banida”. “Esta senhora devia ter vergonha de entrar nesta terra e neste estádio. Esta senhora e o presidente Wei Zhao, que não manda nada, pois ela é que me disse que articula tudo isto”, lamenta António Freitas que fala na “destruição de um clube com 90 anos”.
“Fui um mecenas durante anos para que nunca se falasse de um cêntimo de dívida a um trabalhador”, atira ainda o presidente, frisando que o Aves tem pessoas “com salário mínimo que não recebem há 3 meses“.
Também o antigo dirigente do Aves, Carlos Valente, critica a SAD do clube e Estrela Costa, considerando que é preciso evitar consequências mais graves do que a descida de divisão. Este responsável receia que o clube não consiga inscrever-se na II Liga, o que o relegaria para as divisões amadoras.
O papel de Estrela Costa
A SAD do Aves é controlada em 89,9% pelo grupo Galaxy Believers, com o clube a deter apenas 10%.
Na presidência da SAD encontra-se o empresário chinês Wei Zhao que disse em entrevista ao O Jogo em Junho de 2019, que já tinha investido “mais de dez milhões de euros” no Aves.
Na época passada, também chegou a haver problemas de salários em atraso, mas o empresário chinês dizia, na mesma entrevista, que “até Janeiro” deste ano o clube devia “ter tudo liquidado”, alcançando uma situação financeira estável.
No meio da crise no Aves, o nome de Estrela Costa é fundamental. Ela tem sido o rosto da SAD e há quem diga, como é o caso do presidente do clube, que é ela quem manda verdadeiramente na estrutura.
Estrela Costa, que foi casada com o guarda-redes Rui Sacramento, actualmente no Pedras Rubras, surgiu na vida do Aves como empresária do treinador Augusto Inácio, em 2018, quando este assinou pelo clube.
A empresária foi assumindo protagonismo no clube e acabou por se tornar directora-executiva. Foi demitida dessas funções em Março passado.
Um mês depois da sua saída, surgiram nas redes sociais áudios com alegadas chamadas telefónicas entre Estrela Costa e Wei Zhao, onde ela ameaçará o empresário chinês de que vai “contar tudo” ao presidente do Desportivo de Chaves pela alegada viciação de jogos da época passada. “Três jogos que tu vendeste”, diz a voz gravada que será de Estrela Costa.
Depois da revelação destes áudios, Estrela Costa voltou à SAD em Maio passado e com poderes reforçados, depois de adquirir 10% das acções do grupo Galaxy Believers. Além de accionista, tornou-se também gestora.
Para lá das funções na SAD, mantém “publicamente uma relação com Wei Zhao e apresenta-se como mulher do proprietário da SAD do Desp. Aves”, segundo avança o Record.
É a MAFIA na sua plenitude ne a amostra do pais que temos…
Mais uma chinesice