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Aves 0 – 4 Benfica | Avenses heróicos não evitam goleada

José Coelho / Lusa

O Benfica cumpriu e goleou no terreno do Desportivo das Aves por 4-0. Numa semana de grandes dificuldades para os avenses, tendo o jogo estado em risco de não se realizar, foi sem surpresa que os “encarnados” entraram bem, dominaram e criaram os melhores lances da partida. Contudo, frente a uma equipa da casa que deu muita luta e chegou a importunar Mile Svilar.

No segundo tempo, a superioridade benfiquista veio ao de cima e o destaque caiu em Gonçalo Ramos, jovem benfiquista de 19 anos que se estreou pela equipa principal, marcou na primeira vez que tocou na bola e bisou já nos descontos.

Rafa Silva e Pizzi fizeram os outros tentos “encarnados”.

O jogo explicado em números

  • Nélson Veríssimo procedeu a duas alterações no “onze” do Benfica em relação ao apresentado frente ao Vitória de Guimarães. Para além da titularidade de Florentino Luís, na posição mais recuada do meio-campo, na baliza surgiu Mile Svilar de início.
  • O jogo não podia começar de melhor forma para o Benfica. Logo aos quatro minutos, Pizzi fez um passe longo para a velocidade de Rafa Silva e este, isolado perante Sheytanov, atirou para o 1-0. Um remate, um golo.
  • O primeiro quarto-de-hora foi do Benfica, que não só tinha 76% da posse de bola, como o único remate (o do golo), bem como 90% de eficácia de passe e não deixava praticamente os avenses passarem do seu meio-campo. Mas faltava alguma tranquilidade às “águias” no momento de construírem o seu jogo.
  • O jogo pouco mudou nos momentos seguintes. Mau futebol, Aves sem grandes argumentos e Benfica a deixar-se arrastar pela mediania. À meia-hora havia três remates para o Benfica, dois deles enquadrados, 70% de posse de bola para os “encarnados” e somente um disparo para os homens da casa, enquadrado, para defesa de Svilar. Nesta fase apenas uma acção com bola na área benfiquista para o Aves.
  • O rating mais elevado aos 30 minutos, um 6.6, pertencia a Rafa, autor do único golo da partida, com um passe para finalização na contabilidade e nove entregas certas nas dez tentadas. Afonso Figueiredo, com quatro acções defensivas e 5.7, era o melhor dos anfitriões.
  • Até ao intervalo, o Aves reagiu, conseguiu ter muita bola e aproximar-se com algum perigo da defesa benfiquista. Por seu turno, as “águias” não conseguiam sair para as transições, pelo que os da casa equilibraram um pouco as operações.
  • Intervalo Primeira parte mal jogada, apesar de cedo ter prometido qualidade, com o golo madrugador do Benfica, da autoria de Rafa Silva. O Benfica teve mais bola, chegando ao descanso com 67% de posse, rematou mais, mas nos derradeiros minutos permitiu que o Aves também alvejasse a baliza de Svilar e obrigasse o jovem guardião a trabalho. O melhor nesta fase era Pizzi, com um GoalPoint Rating de 6.8. O português fez a assistência, com um passe longo, para o golo de Rafa, e registava dois remates, um deles enquadrado, o máximo de passes para finalização (3) e de ocasiões flagrantes criadas (2).
  • Logo no arranque do segundo tempo, Carlos Vinícius teve tudo para fazer golo, mas falhou o cabeceamento à entrada da pequena área. E aos 52 minutos surgiu o 2-0. Pizzi, na área, rematou com perigo e Bruno Moraes cortou a bola com a mão. Na respectiva grande penalidade, o próprio Pizzi converteu com êxito e chegou aos 18 golos na Liga NOS, saltando para a liderança dos melhores marcadores.
  • O Benfica entrou melhor na etapa complementar, a conseguir construir lances mais perigosos tendo sensivelmente a mesma posse de bola (65%) da primeira parte. Chegada a hora de jogo as “águias” registavam cinco remates desde o descanso, dois enquadrados e um golo, enquanto o Aves somava dois disparos sem a melhor direcção e apenas uma acção com bola na área contrária.
  • Aos 71 minutos, excelente lance ofensivo do Benfica, com Rafa a cruzar, Seferovic a amortecer de cabeça e Pizzi, com tudo para marcar, a atirar por cima da barra. Nesta fase já o Benfica somava nove remates na segunda parte, cinco deles enquadrados, com o Aves a desenhar algumas investidas, mas sem grande perigo. O jovem Dimitar Sheytanov, de 21 anos, ia-se mostrando seguro na baliza avense, com seis defesas nesta altura da partida, quatro delas a remates na sua grande área.
  • Estreia do jovem Gonçalo Ramos na equipa do Benfica, aos 85 minutos, numa altura de muitas alterações em ambas as formações. E dois minutos depois, o jovem de 19 anos marcou. Livre da esquerda apontado por Nuno Tavares e Gonçalo, ao primeiro poste, desviou para o fundo das redes. Estreia de sonho, com um tento no primeiro toque na bola, ao 11º remate benfiquista no segundo tempo, sexto enquadrado. Mas ainda havia mais.
  • Nos descontos, Dyego Sousa serviu Gonçalo Ramos na grande área e este, solto, não desperdiçou e bisou na partida. Dá para sonhar com estreia melhor?

O melhor em campo GoalPoint

Já é hábito Pizzi estar nas luzes da ribalta, pelo que não é surpresa que tenha sido, mais uma vez, o melhor em campo num jogo do Benfica. O brigantino terminou o jogo na Vila das Aves com um GoalPoint Rating de 7.9, e começou cedo a construir um desempenho de nível, com um passe longo que assistiu Rafa Silva para o 1-0.

Pizzi esteve depois no lance que deu grande penalidade e o próprio fez o 2-0, da marca dos 11 metros. No final os registos assinalam seis remates, máximo da partida, dois enquadrados, uma assistência e duas ocasiões flagrantes criadas em três passes para finalização, e 85% de eficácia de passe.

Jogadores em foco

  • Rafa Silva 7.7 – O extremo surgiu mais solto, veloz e com uma disponibilidade assinalável para as dobras defensivas. Contudo, foi na frente que começou a brilhar, ao abrir o activo logo aos quatro minutos. O atacante terminou com quatro passes para finalização e 23 passes certos em 24.
  • Gonçalo Ramos 7.3 – Não é nosso hábito destacar jogadores com tão pouco tempo em campo, apenas sete minutos. mas a verdade é que o jovem da “cantera” benfiquista estreou-se na equipa principal, marcou dois minutos depois no primeiro toque na bola e bisou já nos descontos. Uma estreia ao nível dos melhores sonhos.
  • Dimitar Sheytanov 6.9 – O jovem guardião búlgaro fez o primeiro jogo da época pelo Aves e pode gabar-se de ter sido um dos melhores em campo, o melhor da sua equipa. No total foram sete defesas, máximo da jornada 33, cinco delas a remates na sua grande área.
  • Rúben Dias 6.8 – Jogo consistente do central benfiquista, em especial nos derradeiros minutos do primeiro tempo, altura em que o Aves atacou mais. Foi o jogador mais interventivo na partida, com o máximo de acções com bola (113), completou 94 de 98 passes (96%), 11 de 12 longos, fez 18 passes progressivos eficazes e ganhou cinco de sete duelos aéreos defensivos.
  • Nuno Tavares 6.5 – Por vezes trapalhão e impetuoso, o lateral-esquerdo do Benfica não tem problemas em cruzar, tendo somado sete, dois deles eficazes. Fez ainda uma assistência, dois passes para finalização, completou duas de quatro tentativas de drible e somou 105 acções com bola. Pecou nas perdas do esférico (27).
  • Jardel 6.0 – Mais um jogo conseguido do brasileiro. Além de 91% de eficácia de passe, Jardel completou nove de 12 passes longos, somou 16 progressivos certos e somou 94 acções com bola.

Resumo

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