Um homem foi morto na sexta-feira, na Florida, por um casuar, ave que os ornitólogos consideram como a “mais perigosa do mundo”, sendo até preciso que profissionais experientes tomem algumas precauções no contacto com o animal.
A vítima, identificada pela polícia como Marvin Hajos, tinha 75 anos e criou o casuar – Casuarius, no nome científico – na sua propriedade, perto de Alachua, na Flórida, juntamente com outras aves exóticas, de acordo com o The Washington Post.
Estes animais, da família das avestruzes e emas, chegam a ter cerca de 60 quilos e ficam facilmente assustados. O que os torna particularmente perigosos — além do porte e do comportamento imprevisível — são as patas, que possuem três dedos, tendo um deles uma unha comparável a um punhal de vários centímetros.
O pássaro atacou Hajos, ferindo-o gravemente. O homem foi transportado para um hospital, onde veio a falecer. As autoridades estão a investigar as circunstâncias exatas que levaram à sua morte.
A Florida Fish and Wildlife Commission, que reforça as leis relacionadas com os peixes e vida selvagem da Florida, identifica a espécie como “Classe II Wildlife”, podendo representar um perigo para as pessoas e sendo exigida uma autorização para venda, exibição pública ou posse destes animais.
O casuar é uma ave do grupo de aves ratitas de grande porte, nativas do nordeste da Austrália, Nova Guiné e ilhas circundantes. São aves curiosas que costumam imitar movimentos de humanos depois de observá-los atentamente, embora não sejam muito amigáveis ou domesticáveis.
As três espécies de casuar existentes são das maiores aves existentes na atualidade. O habitat preferencial do casuar são zonas de floresta tropical, onde haja um grande número de árvores disponíveis para produzir os frutos de que se alimentam. Neste ambiente o casuar desempenha a função ecológica de dispersar as sementes das árvores.
O casuar é uma figura importante na mitologia das populações nativas da Oceânia e representa geralmente uma figura maternal. O casuar é uma ave importante para o Homem há centenas de anos como fonte de proteína através da carne e dos ovos. Algumas tribos da Nova Guiné têm o hábito de assaltar os ninhos e criar os juvenis até à idade adulta, quando são vendidos ou mortos para consumo local. No entanto, o casuar nunca foi completamente domesticado.
Os ataques de casuares não são incomuns. Por essa razão, os próprios jardins zoológicos ou parques de conservação da vida animal tendem a ter proteções nos recintos com estas aves, para evitar acidentes com os tratadores.
Na Austrália, de onde a ave é natural, são registados ataques todos os anos, embora a última morte tenha sido registada em 1926. Um estudo realizado em 1999, em Queensland, dá conta de 221 ataques destes animais, 150 deles contra humanos.
Atualmente, as três espécies de casuar estão ameaçadas pela destruição de habitat e encontram-se protegidas por lei.