A sargento-ajudante Alexandra Serrano Rosa, de 52 anos, morreu nesta quinta-feira no campo de saltos do Arrepiado, na Chamusca, em Santarém, depois de um salto de paraquedas que correu mal. O Exército já está a investigar o acidente que terá ocorrido devido a uma falha no equipamento.
O alerta para a queda foi dado pelas 11:51 horas de quinta-feira, tendo-se verificado, na chegada ao local, que a vítima já não tinha sinais de vida, apesar de estarem a ser desenvolvidos esforços de reanimação por enfermeiros militares, como revela à Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém.
Durante a execução do salto, o sistema de paraquedas não funcionou, o que levou à queda da militar que era um ícone de Tancos por ser uma das militares pioneiras a fazer o curso de paraquedista. Alexandra Serrano Rosa era a única instrutora mulher do curso.
O Exército informa que a militar estava a fazer “um salto de abertura manual para manutenção da qualificação de paraquedista”.
“Durante a execução do salto, o sistema de paraquedas não funcionou devidamente“, aponta a instituição em comunicado, salientando que se está “a realizar o processo de averiguações para apurar todas as circunstâncias em que ocorreu este acidente”.
O Correio da Manhã (CM) revela que a militar saltou a 1500 metros de altura e que o paraquedas não abriu, o que motivou uma queda directa.
O pai da paraquedista, o sargento-mor Serrano Rosa, revelou nas redes sociais as fotografias que tirou no momento em que a filha entrou para o avião C-295 antes do trágico salto.
“Um pai não devia sofrer tal desgosto”, escreve Serrano Rosa no Facebook, notando que a filha ainda lhe deu “um beijinho antes de entrar para o último voo”.
“Tirei as últimas fotos à minha menina, não consigo dizer mais nada, as lágrimas são muitas”, constata ainda.
Alexandra Serrano Rosa prestava serviço militar na Base de Tancos desde 1992 e a sua morte está a abalar as Forças Armadas, até por ter sido uma das primeiras mulheres militares a fazer o curso de paraquedismo em Portugal.
Em 2012, tornou-se na primeira portuguesa (e na única até agora) a conseguir o estatuto de instrutora do curso de paraquedistas.
O Presidente da República já lamentou a morte da sargento-ajudante, deixando os “sentidos pêsames” à família e amigos e salientando que deixa “saudade inesquecível”.
Marcelo Rebelo de Sousa também referiu o “momento de perda e de subida dor” que foi “partilhada com o pai por contacto telefónico“.
A ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, também expressou “enorme consternação e pesar” pela morte da militar, enaltecendo-a como “figura icónica das tropas paraquedistas”.
Na nota da governante, salienta-se que esta morte deixa “de luto o Exército português e todo o universo da Defesa Nacional”. Assim, Helena Carreiras “endereça à família enlutada, ao Exército, à família militar, a todos os paraquedistas e aos amigos as mais sinceras condolências”.
Em Setembro de 2019, tinha morrido um outro paraquedista, em Beja, após um acidente num salto em queda livre.
ZAP // Lusa
Tanto bandido pelo mundo fora e…
quem anda à chuva….