Autoridades brasileiras ilibam João Loureiro

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Estela Silva / Lusa

O ex-presidente do Boavista, João Loureiro (d)

João Loureiro já não é suspeito no processo que envolve a apreensão de um avião com 500 quilos de cocaína, segundo as autoridades brasileiras.

As autoridades brasileiras descartaram, este sábado, qualquer ligação do advogado português João Loureiro ao caso de tráfico de cocaína num avião, decisão saudada pelo também empresário, em declarações à Lusa.

Fonte da polícia federal brasileira confirmou que João Loureiro não é suspeito no processo que envolve a apreensão de um avião com 500 quilos de cocaína, uma decisão que o jornal Nascer do Sol também divulgou, através de uma entrevista a Elvis Secco, coordenador-geral da Repressão a Drogas da Polícia Federal.

“Posso adiantar que não há uma única prova que ligue João Loureiro à cocaína”, disse o responsável policial ao semanário.

Em fevereiro, Loureiro seguia num avião que foi apreendido com droga ainda no Brasil e que tinha como destino Lisboa, tendo sido apreendidos 500 quilos de cocaína no seu interior.

“Não me surpreende essa notícia, que encaro com naturalidade”, afirmou à Lusa João Loureiro, que foi inquirido, numa fase inicial, pelas autoridades brasileiras. “Sempre disse que, sobre esse assunto, o futuro falaria melhor que qualquer outra coisa”, acrescentou.

Recordando que sempre “disse que tinha total confiança nas autoridades competentes brasileiras e nacionais”, com as quais afirma ter colaborado ativamente, João Loureiro salientou que ficou no Brasil “por vontade própria”, para “prestar tais declarações”.

Lamentando o “injustificado e injusto turbilhão especulativo e sensacionalista” em que diz ter sido envolvido, João Loureiro considera que a questão está resolvida no que lhe diz respeito.

“Para mim, o mais importante sempre foi que a minha família e amigos e todos os que verdadeiramente me conhecem terem sempre tido a certeza que era completamente alheio ao que se passou”, acrescentou, agradecendo “publicamente a todos os muitos que ao longo deste duro período manifestaram a sua solidariedade”.

Na segunda-feira, dia 13 de abril, a Polícia Federal (PF) do Brasil desarticulou um esquema de transporte de drogas em aeronaves privadas, numa operação denominada “Flight Level”, visando combater os crimes de tráfico internacional de drogas, organização criminosa e branqueamento de capitais.

Nesse sentido, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva, 20 mandados de busca e apreensão, bloqueio de contas bancárias de 29 pessoas, apreensão de 15 veículos, cinco imóveis e oito aeronaves, além da suspensão das atividades de seis empresas. A operação envolveu 90 agentes federais em cinco cidades brasileiras.

Na operação, as autoridades brasileiras detiveram Luiz Carlos da Rocha, conhecido como ‘Cabeça Branca’, considerado um dos maiores narcotraficantes da América Latina.

A Polícia Judiciária portuguesa e a polícia federal brasileira estavam alertadas, desde o início da pandemia, para a possibilidade de o tráfico de cocaína entre os dois países recorrer a jatos particulares, revelou à Lusa fonte policial.

Segundo a mesma fonte, as polícias já se tinham apercebido que, com a diminuição de voos regulares entre os dois países, o “modus operandi” de traficar cocaína entre o Brasil e Portugal se tinha alterado com os traficantes a utilizarem outros meios, nomeadamente, o recurso a jatos fretados a companhias privadas.

Exemplo disso foi a polémica apreensão, em fevereiro último, na cidade brasileira de Salvador, de 500 quilos de cocaína com destino a Portugal, escondidos num avião particular da empresa portuguesa OMNI Aviação e Tecnologia, do qual o antigo presidente do Boavista João Loureiro integrava a lista de passageiros.

// Lusa

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