A cerimónia fúnebre de Julen começou este domingo ao final da manhã com uma cerimónia religiosa onde estiveram apenas os familiares da criança de dois anos, que caiu num poço a 13 de janeiro, onde ficou soterrada durante duas semanas.
A criança foi retirada sem vida na madrugada de sábado, depois de uma equipa de mineiros ter escavado uma galeria horizontal com cerca de quatro metros para ligar o poço onde o menino caiu ao túnel vertical paralelo que foi escavado nos últimos dias.
Julen foi encontrado pelas equipas de resgate ao início da madrugada, às 01h25 locais. A criança estava presa numa secção do túnel com 25 centímetros de diâmetro, a 107 metros de profundidade.
Uma vez recuperado o corpo, a equipa de resgate ativou a Comissão Judicial, encarregada de realizar a autópsia e determinar a causa da morte de Julen.
O enterro depois da cerimónia que contou com vizinhos, amigos e os bombeiros que resgataram o corpo. Segundo o El Español, centenas de pessoas juntaram-se à entrada do cemitério de El Palo durante a cerimónia.
O silêncio no local só era interrompido pelo choro e pelas palmas que se ouviram quando a urna com o corpo da criança passou pelos populares. Julen foi sepultado junto do irmão, que morreu em abril de 2017 com apenas três anos.
Também foi no domingo que se soube os primeiros resultados da autópsia de Julen, segundo fontes da investigação citadas pelo El Mundo. De acordo com as conclusões, a criança terá morrido no mesmo dia em que caiu no poço em Totalán, em Málaga.
Em conferência de imprensa, o delegado do Governo na Andaluzia, Alfonso Rodríguez Gómez de Celis, citado pelo jornal El País, referiu que a criança caiu de forma “rápida e livre” ao longo dos 71 metros de profundidade do poço.
O corpo da criança foi encontrado com os braços virados para cima, o que sugere que terá tentado proteger-se da pedras ou areia arrastadas com a queda.
As informações já apontavam para um “traumatismo cranioencefálico severo” provocado pela queda. A autópsia foi realizada por cinco médicos-legistas entre as 08h30 e as 13h00 de sábado, altura em que os restos mortais foram transportados para a casa mortuária de El Palo, em Málaga, onde reside a família.
A Guardia Civil Espanhola recolheu uma amostra da terra que estava sobre a criança, criando um tampão sobre ela, para investigar a sua composição. Segundo o El Mundo, suspeita-se que a terra que cobria o menino de dois anos ter-se-á soltado das paredes do furo à medida que ele caía.
Contudo, também poderá ter resultado da queda de sedimentos quando os familiares o tentavam tirar de lá. Essa terra, com a humidade do poço, terá criado um tampão por cima da criança.
Em Málaga, foram decretados três dias de luto oficial. A decisão foi anunciada pelo presidente da câmara de Málaga, Francisco de La Torre, minutos depois da notícia do resgate. Na manhã de sábado, fez-se um minuto de silêncio em memória de Julen.