Autarca recusou apoio de 800 mil euros para Teatro Municipal da Guarda

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O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa, abdicou de um apoio de 200 mil euros anuais, nos próximos quatro anos, para o Teatro Municipal da Guarda.

O autarca recusou assinar um contrato com a DGArtes que lhe atribuiria a dotação máxima deste apoio.

De acordo com o jornal Público, Sérgio Costa alega que o teatro “tem de mudar de programação” e que a autarquia não tem condições para investir no equipamento a verba que a candidatura prevê.

O mais curioso é que foi a própria Câmara da Guarda a apresentar a candidatura do Teatro Municipal da Guarda ao apoio e a definir o montante que se comprometia a investir, sublinha o matutino. O concurso obrigava apenas a que a Câmara igualasse o financiamento da DGArtes.

“Na sequência da decisão do júri, que atribuiu à candidatura o escalão máximo de apoio, a DGArtes contactou a Câmara Municipal da Guarda e o seu presidente escreveu depois a dizer que não assinava o contrato”, confirma o diretor-geral das Artes, Américo Rodrigues.

“Foi o único concorrente que não assinou contrato. Todos os outros já o fizeram, e os teatros já receberam o apoio relativo ao primeiro ano”, acrescentou.

Citado pelo jornal Terras da Beira, Sérgio Costa salientou na passada terça-feira que o Teatro Municipal da Guarda “não está no caminho certo” e tem de “mudar de programação”.

Na Assembleia Municipal da Guarda, o edil explicou que para receber estes primeiros 200 mil euros da DGArtes, “o município da Guarda, teria que gastar 780 mil euros”, situação que iria repetir-se nos três anos seguintes.

A comissão concelhia do PCP na Guarda já contestou a opção de Sérgio Costa, que considera “inaceitável”, alegando que “põe em causa a existência de estruturas culturais” do município. Também os vereadores do PSD questionaram a recusa em assinar o contrato, classificando esta como “uma péssima notícia”.

Américo Rodrigues, que dirigiu o teatro entre 2005 e 2013, diz que a autarquia abdicou de “um apoio do Estado que historicamente sempre reclamou”.

“Aquilo não é da câmara, é da população, está ao serviço da comunidade, e abdicar de uma programação de qualidade é uma tremenda falta de visão”, diz João Aidos, antigo diretor-geral das Artes, ao Público.

ZAP //

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